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Brasileiros comentam influência
DA REPORTAGEM LOCAL
A dupla de quadrinistas
Fábio Moon e Gabriel Bá,
indicada ao prestigiado
prêmio Eisner por "De-Tales", diz que seus trabalhos são tributários da
obra de Neil Gaiman.
Moon conta que leu a série
"Sandman" em 1994.
"Vi ali, pela primeira
vez, uma história em quadrinhos que misturava mitologia e fantasia com aspectos do cotidiano, conceitos filosóficos, conhecimento popular etc.", afirma Moon.
"Foi um lembrete do
que se podia fazer no gênero. Que dava para colocar
várias camadas de significados numa mesma história. E cada vez que você lê,
vê uma coisa diferente.
Antes eu só tinha essa relação com os livros."
"Deuses Americanos" é
o "Gaiman" favorito da dupla Moon e Bá. Segundo
Fábio, o conto de fadas
"Meu Coração, Não Sei
por Quê" e a história "Feliz
Aniversário, Meu Amigo"
são, entre as obras da dupla, as que mais guardam
influências do trabalho de
Gaiman. "O segundo parte
de uma coisa absurda e
mórbida, que é a comemoração do aniversário de
um amigo que já morreu.
Mas não é disso que a história realmente trata. E
sim das várias formas de
amizade."
O quadrinista Rafael
Grampá, cuja antologia
"5" também foi indicada
ao Eisner, diz que não é
profundo conhecedor da
obra de Gaiman, mas reconhece que o escritor é "um
dos pilares da revolução literária nas HQs".
"Sempre vinculei o
"Sandman" a um personagem da era "dark", meio influenciado pelo The Cure
e essa onda. Eu não gostava disso na época [anos
80/90] e acabei deixando
esse personagem de lado.
Eu era grunge! Mas venho
comprando todos os encadernados do "Sandman",
pus na pilha e não vejo a
hora de ler", conta Grampá, que, de Gaiman, já leu
"Morte: O Preço da Vida" e
"Coraline".
"Eu gostei porque era
muito diferente dos quadrinhos que eu lia na época. Eu era um adolescente
e adorava super-heróis,
Laerte e Moebius. Nessa
mesma época eu havia recém-descoberto Edgar
Allan Poe e me pareceu
que "Morte" tinha uma pitada daquilo que eu estava gostando em literatura na
época."
(ES)
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