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Go! Team traz "confusão sonora" a SP
Banda inglesa mistura referências de rock, hip hop e cartuns e toca no festival Motomix neste sábado
THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL
Rock, trilha sonora, cartum,
onomatopéias, hip hop, piadas,
dance music. No papel, parece
uma mistureba sem sentido.
Para a banda inglesa The Go! Team, é a única maneira de fazer a música soar divertida.
Quase um coletivo, o The Go!
Team toca pela primeira vez no
Brasil. Ao lado da banda norte-americana de rock Metric e da
eletrônica meticulosa dos ingleses Fujiya & Miyagi, faz parte da escalação do festival Motomix, neste sábado.
Quase um coletivo porque o
Go! Team funciona em torno
de Ian Parton, multiinstrumentista que, ao vivo, é responsável por uma das baterias (eles
tocam com duas nos shows).
Morador de Brighton, no litoral inglês, Parton criou o Go!
Team em 2000. "Estava enjoado das bandas de guitarra.
Achava tudo aquilo frustrante,
muito uniforme, gente com
jeans skinny, cabelos engraçadinhos... Queria outra coisa",
explica, por telefone.
"Queria experimentar barulhos, coisas como My Bloody Valentine... Misturar com pop
das bandas de garotas dos anos
1960, com hip hop, com música
de faroeste, de animações..."
Parton, então, compôs e gravou praticamente todas as faixas que viriam a preencher
"Thunder, Lightning, Strike", o
disco de estréia, que chegou às
lojas européias em 2004.
Para dar vida ao vivo a canções como "Ladyflash" e "The
Power Is On", chamou um grupo de garotos que tinham pouca experiência musical, como a
elétrica vocalista-rapper Ninja.
Os primeiros shows do Go!
Team foram como banda de
abertura do Franz Ferdinand.
"Escrevi o primeiro álbum e
queria fazer aquilo ao vivo, mas
com pessoas que normalmente
não estariam numa banda.
Concordei em fazer um festival
na Suécia em que estaria também o Franz", lembra.
"Procurei a banda pela internet, perguntando para amigos...
não houve audições normais.
Depois, na Suécia, fizemos os
shows. Não conversamos sobre
o futuro, nem nos chamávamos
de banda, apenas tocamos. Mas
aí surgiram convites para
shows na Inglaterra, no Japão e
na Austrália." Virou coisa séria.
Ao vivo e samples
Se em disco as faixas do Go!
Team soam como uma mistura
frenética de dance-pop-blaxploitation-sons de perseguição
de carros-guitarras roqueiras,
ao vivo tudo isso resulta numa
equação que envolve a disposição dos integrantes da banda e
a animação do público.
"Ao vivo, soamos mais caóticos do que em disco, se é que isso é possível. Ninja tem um estilo muito particular, ela improvisa bastante no palco. Ninguém sabe o que pode acontecer, e isso é excitante."
Uma das características mais
interessantes do grupo é a forma como eles trabalham com
samples. São pedaços de faixas
ou de trilhas sonoras ou de barulhos que são reprocessados
para criar um ambiente sonoro
explosivo. "O sample pode ser a
coisa mais preguiçosa do mundo. Mas pode ser uma arte.
Gosto de criar contrastes com
samples antigos de músicas diferentes. Olhar para onde ninguém está olhando, como filmes B, discos perdidos. O Public Enemy foi uma banda pioneira, que sabia como fazer os
samples funcionarem."
MOTOMIX
Quando: sáb., das 15h às 21h
Onde: parque Ibirapuera - arena de
eventos (av. Pedro Álvares Cabral, s/
nº, portões 3 e 10; classificação: livre)
Quanto: grátis
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