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FILMES
TV ABERTA
Antonioni reflete o descompasso entre indivíduos
Parque dos Dinossauros
Globo, 13h.
(Jurassic Park). EUA, 93, 126 min.
Direção: Steven Spielberg. Com Sam
Neill, Laura Dern, Jeff Goldblum. A partir
de partículas de DNA fossilizados, um
milionário consegue recriar dinossauros
e constrói um parque para os bichões.
Arara Vermelha
Cultura, 15h30.
Brasil, 57, 115 min. Direção: Tom Payne.
Com Anselmo Duarte, Odete Lara.
Baseado em romance de José Mauro de
Vasconcelos, essa aventura tem como
eixo uma perseguição policial em cima
de grupo que rouba um diamante de
garimpo. Produção da Maristela, seria o
último filme de Tom Payne (1914-96),
diretor argentino trazido da Vera Cruz.
O Homem da Máscara de Ferro
Record, 18h.
(The Man in the Iron Mask). Inglaterra,
77, 105 min. Direção: Mike Newell. Com
Richard Chamberlain, Louis Jourdan.
Separados no nascimento, dois irmãos
gêmeos tomam rumos diferentes. O
sortudo vira rei da França; o outro vai
preso e tem que usar uma máscara de
ferro para não ser identificado.
Além das Nuvens
Bandeirantes, 20h30.
(Par-delà les Nuages). França, Itália,
Alemanha, 95, 109 mim. Direção:
Michelangelo Antonioni e Wim Wenders.
Com Marcello Mastroianni, John
Malkovich, Sophie Marceau, Jeanne
Moreau. Diretor de cinema viaja pela
Europa e tenta se lembrar de uma
história de amor. Trata-se de história em
quatro episódios centrado no tema do
descompasso entre as pessoas. A
produção marca o retorno de Antonioni
ao cinema após um derrame.
Sangue por Sangue
SBT, 23h.
(Blood In, Blood Out). EUA, 92. Direção:
Taylor Hackford. Com Benjamin Bratt,
Jesse Borrego. Três rapazes de origem
latina crescem em meio à violência de
um bairro dominado por gangues. Na
vida adulta, tomarão rumos distintos.
Macbeth
Bandeirantes, 0h30.
(The Tragedy of Macbeth). Inglaterra, 71,
140 min. Direção: Roman Polanski. Com
John Finch, Martin Shaw. Versão fiel da
tragédia de Shakespeare, sobre um herói
de guerra que, incentivado pela mulher,
mata um rei para lhe tomar o trono.
Polanski passava por um tragédia: dois
anos antes sua mulher era assassinada
em um culto satânico. Não foram poucos
os que relacionaram o episódio a essa
adaptação que prima pela violência e
pessimismo.
Inimigo Íntimo
Globo, 1h10.
(The Devil's Own). EUA, 1997, 107 min.
Direção: Alan J. Pakula. Com Harrison
Ford, Brad Pitt. Ford é o policial de Nova
York que abriga um jovem irlandês em
sua casa sem saber que ele é um
terrorista do IRA.
Justiceiro Implacável
Globo, 3h05.
(Rooster Cogburn). EUA, 75. Direção:
Stuart Millar. Com John Wayne,
Katharine Hepburn. Wayne é o delegado
às voltas com ladrões de uma vila. Aqui,
ele faz par com Hepburn, morta no mês
passado. Ao contrário da atriz, o filme é
pouco memorável.
(BRUNO YUTAKA SAITO)
TV PAGA
"Intimidade" escancara o teatro amoroso
BRUNO YUTAKA SAITO
DA REDAÇÃO
Na paisagem urbana, os encontros amorosos podem se
tornar um paliativo para o fracasso presente, a solidão e os ecos do
passado. Todos querem o amor
sonhado, difícil é olhar a face à
frente; a intimidade entre casais
mostra-se apenas aparente.
Em "Intimidade", filme baseado em escritos do britânico Hanif
Kureishi, as relações são como
uma peça de teatro amadora encenada em um palco improvisado. Não há chance para a beleza
surgir, a comunicação é utópica.
O diretor Patrice Chéreau (de
"Rainha Margot") registra o "pacto" entre Jay (Mark Rylance), um
chefe de bar, e Claire (Kerry Fox),
uma atriz de teatro de bairro. Todas as quartas-feiras eles se encontram para transar durante algumas horas na casa de Jay.
São dois estranhos, unidos pelas
"imperfeições" de corpos não esculpidos em academias. Não conversam entre si, não fazem idéia
da identidade de cada um.
Jay será o primeiro a tentar quebrar o anonimato, já que terá dificuldades para se comunicar com
o silêncio. A idealização e a incerteza sobre sua "relação" o corroem no íntimo.
Será necessária a visão de um
funcionário gay para Jay entender
seus padrões: quando tem-se alguém, há um curto período em
que as duas partes dão as coisas livremente, sem cobranças; depois,
são apenas as cobranças; a diferença é que Claire não pede nada.
E é justamente do universo
masculino homossexual que Jay e
Claire irão reproduzir sua dinâmica: o que sabemos sobre a pessoa com quem dividimos a cama
e o corpo? O sexo é fácil, o difícil é
penetrar na alma alheia.
"Intimidade" é a reprodução do
jogo -executado conscientemente- de aparências que é o
flerte e a conquista romântica. Há
encenação maior do que ocultar
os defeitos pessoais, colocar a melhor roupa e se perfumar, enfim, o
ritual de acasalamento dos seres
humanos? Retrato amargo, esse
sim realmente difícil de encarar
sem pudores.
INTIMIDADE. Quando: hoje, às 22h15,
no Telecine Emotion.
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