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Crítica/DVD
Caixa mostra a força de "Lei & Ordem"
Série policial sobre crimes sexuais tem temporada lançada em DVD e é a terceira série mais vista da TV paga brasileira
LUIZ FERNANDO VIANNA
DA REPORTAGEM LOCAL
Crianças abusadas, mulheres
estupradas, incestos, perversidades em profusão... Não é nada cor-de-rosa a vida que aparece na série "Lei & Ordem:
Unidade de Vítimas Especiais"
(ou "Law & Order: Special Victims Unit", como é chamada
até aqui no Brasil pelo Universal Channel), sobre o cotidiano
de policiais especializados em
crimes sexuais. Mas é muito difícil tirar o olho dela.
Para quem ainda não é fã, a
recém-lançada caixa com toda
a terceira temporada (2001-2002) pode valer como uma
iniciação de choque. O conjunto de 23 episódios é melhor do
que os dois anteriores. A barra é
tão pesada quanto, mas atores,
personagens e histórias estão
mais firmes.
O ainda-não-fã pode afirmar
que não existe essa história de
barra pesada, pois tudo é ficção
à americana, com bem realizados simulacros de realidade para satisfazer nossas fantasias
recônditas -punitivas, sanguinolentas, voyeurísticas etc.
Não estará errado. Mas,
Freud e Adorno à parte, o que
destaca "Lei & Ordem" da enxurrada de enlatados que nos
soterra é a excelência de suas
tramas e seus diálogos, somada
às contradições dos personagens. Fosse outra luta do bem
contra o mal pelas ruas de Nova
York, seria um tosco mais-do-mesmo. É melhor do que isso.
No Brasil, segundo o Ibope,
"Lei & Ordem" é a terceira série
mais vista da TV paga em 2008.
Nos EUA, já amealhou 29 prêmios, incluindo um Globo de
Ouro (2005) e um Emmy
(2006) para Mariska Hargitay
-que, aos três anos, estava no
carro em que morreu a mãe, a
também atriz Jayne Mansfield,
em 1967. A décima temporada
estréia em 23 de setembro lá e
antes do fim do ano aqui.
O mérito é, principalmente,
de Dick Wolf (leia sobre ele ao
lado), o roteirista que criou a
marca "Law & Order" em 1990
com a primeira das séries -até
hoje sendo produzida- e depois concebeu os subprodutos
"Special Victims Unit" (estreada em 20 de setembro de 1999)
e "Criminal Intent" (2001).
Mas é também dos atores.
Christopher Meloni (Elliot Stabler) e Hargitay (Olivia Benson) interpretam um par afinado de detetives sempre à beira
da explosão -e que explodem
várias vezes. Pedofilia para ele
(pai de quatro filhos) e estupro
para ela (nascida de um) são os
temas mais delicados. Ah, e eles
não têm um caso.
Acertam muito, mas não erram pouco. Nesta terceira temporada, por exemplo, Olivia
não consegue entender o que
deseja um homem que ela
prendeu anos antes -e era inocente- e acaba matando-o,
embora ele tivesse dito que sua
arma estava descarregada. Já
Elliot, obcecado por um estuprador, insiste em atribuir crimes a ele, deixando que adolescentes sejam assassinadas pelo
verdadeiro culpado.
O íntegro capitão Donald
Cragen (Dann Florek), o cético
(mas nem sempre) detetive
John Munch (Richard Belzer) e
seu parceiro Fin Tutuola (o
rapper Ice-T), que vê as coisas
sob uma perspectiva sócio-racial, são decisivos para compor
um tenso e cativante painel.
LEI & ORDEM: UNIDADE DE
VÍTIMAS ESPECIAIS - 3ª
TEMPORADA
Distribuidora: Universal
Quanto: R$ 130, em média (seis
DVDs, com 23 episódios)
Classificação indicativa: não recomendado para menores de 14 anos
Avaliação : ótimo
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