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"Meu senso de humor é uma arma", diz Gervais
Ator britânico fala sobre "This Side of the Truth", primeiro filme que irá dirigir, e que começa a ser rodado em 2008
Comediante diz que não se vê como um ator, mas um escritor acima de tudo; ele fala sobre a dificuldade de apenas interpretar
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE NOVA
YORK
Exibido amanhã no Reino
Unido, o último episódio de
"Extras" trouxe um Ricky Gervais ácido, esculhambando as
celebridades em uma dura
-mas não menos hilariante-
análise da televisão atual. "De
certa forma, encaro meu senso
de humor como uma espécie de
arma. Minha comédia nasce de
meu desejo de desabafar, de
subverter o próprio meio em
que circulo", disse Gervais à
Folha, em uma conversa que
contou com outros jornalistas,
no estúdio onde filma "Ghost
Town". Leia a seguir os principais trechos:
Comando
Não ter o controle do que eu
vou falar, não ter escrito o roteiro do filme, não estar dirigindo, é duro pacas! É barra-pesada para mim não estar no comando, não poder dizer às pessoas o que fazer.
Futuro
Não me vejo como um ator,
desses que a gente contrata para fazer um filme. É muito,
muito difícil, eu embarcar em
um projeto que não seja o meu,
sabe? Quando penso em mim
profissionalmente, me vejo como um escritor acima de tudo.
Um roteirista, um escritor, um
cara da caneta e do papel, sabe?
Depois vem o diretor e o ator,
nessa ordem.
"The Office"
Gosto muito da versão norte-americana de "The Office". Steve Carrell é sensacional e o personagem é dele, uma outra coisa. "The Office" era um projeto
caseiro, mínimo. Nossa pretensão era a de levar para a TV algo
que não havia sido tentado antes na Inglaterra. Até resistimos ao fato de sermos aprovados por um canal grande [a
BBC], porque temíamos não ter
a liberdade para fazer tudo o
que pretendíamos. E, ironicamente, ele se transformou neste imenso produto.
Estréia na direção
No ano que vem dirijo meu
primeiro filme, "This Side of
the Truth". Vai ser passado em
uma destas Springfields da vida. Nesta cidade, por uma questão genética, ninguém mente, é
um mundo de honestidade
completa e absoluta. Mas meu
personagem descobre, para
horror próprio, que, por conta
de uma mutação, ele agora é capaz de mentir.
E isso o transforma em um
super-homem! Ele se sente invencível e claro, passa por poucas e boas até aprender algumas lições de vida.
Processo de criação
Com "The Office" e "Extras",
o processo de criação foi bem
parecido. Eu e Stephen (Merchant) nos reunimos e fomos
guardando tudo num gravador.
Depois ouvimos de novo, fizemos anotações. Foi assim também quando fomos convidados
para escrever um episódio de
"Os Simpsons" (em que seu
personagem faz uma famosa
serenata para Marge).
Estrela de Hollywood
Fala-se muito nesse mito de
fazer o protagonista de um filme. Mas aqui eu não faço um típico mocinho de filme de ação
ou tento parecer mais novo do
que sou. Estou apenas fazendo
comédia e encarnando um idiota. O que, modéstia à parte, eu
faço bem pacas, né?
(EDUARDO GRAÇA)
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