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Companhia ganhou mais visibilidade com "Copenhagen"
DA REPORTAGEM LOCAL
Um grupo de caxias a levar
sua obsessão por equações, tubos de ensaio e teorias científicas à cena: essa imagem preconcebida caiu por terra à medida que, nos últimos dez anos,
o Núcleo Arte Ciência no Palco
foi ganhando o respeito da crítica e a consideração da classe.
Criado em 1998 por Carlos
Palma e Adriana Carui (nenhum deles cientista ou nem
sequer "bom aluno em ciências
na escola", entrega o ator, dramaturgo e colega dos dois, Oswaldo Mendes), o grupo estreou com "Einstein", monólogo sobre o pai da Teoria da Relatividade que rendeu um prêmio Mambembe para Palma.
Em 2001, depois do infantil
"Da Vinci Pintando o Sete", viria "Copenhagen", do inglês
Michael Frayn, um momento
central da trajetória da companhia. Pela montagem -que
passa a limpo a relação dos físicos Niels Bohr e Werner Heisenberg (1901-1976) a partir de
um malfadado encontro numa
Copenhagen sitiada pelos nazistas-, o grupo recebeu três
indicações ao prêmio Shell em
São Paulo.
Segundo Mendes, o texto voltará a ser encenado no início de
2009, na conclusão das comemorações pelos dez anos.
Na seqüência, viriam trabalhos como "E Agora, sr. Feynman?" (2004), centrado no físico americano Richard Feynman (1918-1988), "Oxigênio"
(2006), flagrante de uma certa
vaidade dos cientistas, e "After
Darwin" (2007), sobre a viagem
de navio que daria subsídios para que o inglês desenvolvesse
sua teoria da evolução.
Esta, "Feynman?" e "A Dança do Universo", de Mendes,
voltarão ao cartaz em agosto,
no mesmo auditório que vê, a
partir de hoje, "A Culpa é da
Ciência?".
Ao comentar a primeira década de existência do núcleo,
Mendes sublinha um traço de
boa parte do público:
"Tem muito jovem, uma garotada que está estudando
ciência. Por quê? Porque todos
esses caras que mudaram a história do mundo eram jovens
quando o fizeram. Einstein não
mudou a física na época daquela foto em que está com a língua
de fora; foi aos 20 e poucos
anos. Eles tinham a coragem,
tinham esse lado homo demiens, uma demência orientada por base teórica de investigação, um desejo de romper e arriscar."
(LUCAS NEVES)
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