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Crítica
Vida de Stallone salva história de "Rocky Balboa"
PAULO SANTOS LIMA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O tempo e seu componente
erosivo são duros para os galãs,
sobretudo os que têm apenas
no físico sua ferramenta de
atuação. Sylvester Stallone é
um desses casos -e até pior,
pois era sobretudo o seu corpo
de músculos de aço que o instalava nos filmes, quase nunca o
seu rosto.
Assim, é curioso que em
"Rocky Balboa" (Telecine
Premium, 17h35; não recomendado para menores de 12
anos) seja justamente o rosto
do ator quem expresse todo o
drama do personagem -o drama de toda uma vida.
A velhice é a grande questão
deste longa, dirigido e escrito
pelo próprio Stallone. A discussão, em si, é bastante canhestra, assim como as imagens de
uma forma geral.
Daí que é mesmo o semblante devastado de Rocky quem
salva a coisa, com suas pálpebras inchadas, rugas, olhos que
assistiram a glórias e tristezas.
A beleza do filme não vem do
talento de Stallone, mas da sua
vida, com as inevitáveis marcas
que ela sempre nos deixa.
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