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Cineasta egípcio Youssef Chahine morre aos 82
Diretor lançou Omar Sharif e construiu obra política
DA REPORTAGEM LOCAL
O cineasta egípcio Youssef
Chahine, autor de mais de 40
longas e um dos mais importantes nomes do cinema no
mundo árabe, morreu ontem,
aos 82 anos, no Cairo.
Chahine sofrera hemorragia
cerebral no dia 16 de junho passado. Em coma, ficou sob tratamento em Paris, até ser transferido para um hospital no Cairo, no último dia 17.
Ao lamentar a morte do cineasta, o presidente francês,
Nicolas Sarkozy, destacou seu
engajamento político à esquerda, classificando-o como "fervoroso defensor da liberdade
de expressão e das liberdades
individuais e coletivas".
Opositor do regime do ditador egípcio Hosni Mubarak,
Chahine dirigiu filmes como
"Djamila" (1958), sobre a ativista pela independência da Argélia Djamila Bouhired, e "Al
Ard" (a terra), de 1969, sobre os
dilemas políticos do Egito, a
partir do setor agrícola.
"Ele queria ser ator, mas percebeu que gaguejava um pouco
e que não era bonito o bastante.
Decidiu que iria atuar por meio
dos outros", disse sobre Chahine o ator Omar Sharif, a quem o
cineasta lançou no cinema em
1954, com "Céu do Inferno".
Chahine ganhou um Urso de
Prata no Festival de Berlim por
"Alexandria, Por Quê?" (1978) e
uma Palma de Ouro, por sua
carreira, no Festival de Cannes,
em 1997. "Era um realizador
corajoso, um poeta imaginativo, um homem livre, transbordante de humanidade", disse
sobre ele o presidente do Festival de Cannes, Gilles Jacob.
Com agências internacionais
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