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Padre estrela filme de R$ 6 mi sobre a vida da Virgem Maria
O evangelho segundo Marcelo Rossi
Divulgação
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Padre Marcelo Rossi em cena de "Maria - A Mãe do Filho de Deus" |
LAURA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Ele é recordista de venda de
CDs, apresenta no rádio programa diário líder de audiência, aparece semanalmente na Globo, frequenta a televisão e revistas de celebridades. Só faltava ser astro de cinema. Agora não falta mais.
Aos 36, padre Marcelo Rossi estrela "Maria - A Mãe do Filho de
Deus", uma narrativa bíblica infantil, com estréia nacional em 10
de outubro, dois dias antes do Dia
de Nossa Senhora e das Crianças.
Como suas missas no Santuário
do Terço Bizantino e tudo o que
leva o nome do padre, o filme é
cercado por grandes números.
A produção está orçada em R$ 6
mi (o último de Xuxa custou R$
4,5 mi), contou com 63 atores (os
da apresentadora têm média de
25), figurino de 400 peças e chegou a envolver 500 profissionais
num dia de filmagem. A distribuição, pela Columbia, movimentará
R$ 1,8 mi, e o lançamento terá megaoperação de marketing.
Em entrevista à Folha, Rossi
afirma que seus seguidores são
fiéis, não fãs ("As pessoas vêm me
pedir a bênção"), comenta o cinema nacional e fala sobre seu amigo Gugu Liberato e a polêmica entrevista na qual foi ameaçado.
Folha - O sr. viu nesta semana o
filme pela primeira vez e...
Marcelo Rossi - Nossa, chorei
tanto. Fiz questão de levar pessoas
para testar: um segurança evangélico, um amigo ateu e dois católicos. Os católicos, tinha certeza de
que ia agradar. O evangélico se
emocionou várias vezes. Meu
amigo continua ateu, mas disse:
"Em quatro momentos chorei".
Sempre gostei de cinema. Depois
que me ordenei, não podia mais ir
e foi uma emoção entrar no cinema depois de nove anos.
Folha - Por que não ia ao cinema?
Rossi - Questão pessoal. Vejo em
DVD. Em vez de ir ao cinema,
prefiro ir a um hospital. Não me
sinto bem. E fui a uma sala de um
shopping para ver "Maria", e imagine a loucura para eu entrar e
sair. Posso andar na rua, mas tem
que ser uma coisa muito rápida.
Se vou a um lugar e demoro mais
de meia hora, já crio tumulto.
O que achou de "Maria"?
Rossi - Sempre fui crítico, com
todo o respeito, ao cinema nacional. O áudio e a imagem eram fracos em comparação aos de fora.
Quando vi a fotografia de "Maria", fiquei arrepiado com a qualidade. Meu amigo me disse: "Parabéns. Você foi você mesmo. Não
ficou falso nem atrapalhou o filme". Isso já é uma grande coisa.
Folha - O sr. levará o filme ao papa. Como acha que o Vaticano, que
estuda proibir missas com dança...
Rossi - [interrompendo] Não, os
jornais não entenderam nada. Fui
averiguar essa notícia. Uma revista italiana, chamada "Jesus", comentou que fala-se nisso. Mas
não tem documento, nada.
Folha - O sr. acredita que o papa
João Paulo 2º irá aprovar o filme?
Rossi - Não é questão de aprovar.
Nunca foi feito um filme sobre a
vida de Maria. Quem roubou a cena foi a Giovanna [Antonelli, a
Maria]. Que fique bem longe de
mim, mas o Diabo, o José Dumont, fez muito bem. Assustou. O
Luigi [Baricelli] assumiu o papel
de Jesus. O cenário, disse meu
amigo, não parecia filme nacional. Ele que falou, não sou eu
quem está comentando isso, em
respeito ao filme brasileiro.
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