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Novo filme será drama em prisão
Ator norte-americano Don Cheadle terá o papel principal; produtora de Brad Pitt conduz projeto
Diretor escreve roteiro
sobre história de traficante
inglês preso na Bolívia e
reserva "papel fenomenal"
para o ator Wagner Moura
DA ENVIADA AO RIO
A prisão boliviana de San Pedro, à qual se reputa a produção
de cocaína de alta qualidade,
será a protagonista de um novo
filme de ficção escrito e dirigido
pelo cineasta José Padilha.
É lá que se desenrola a saga
pela sobrevivência do traficante de drogas inglês Thomas
McFadden, relatada no livro
"Marching Powder", de Rusty
Young, que Padilha adapta
num roteiro para cinema.
"É uma prisão muito singular, cujo funcionamento é uma
metáfora da vida", diz o diretor.
O ator norte-americano Don
Cheadle ("Hotel Ruanda"),
aceitou o papel de McFadden.
Para o brasileiro Wagner
Moura, o consagrado Capitão
Nascimento de "Tropa de Elite", Padilha diz que reserva
"um papel fenomenal".
Os produtores, entre os quais
está a Plan B, do astro Brad Pitt,
ainda não determinaram a data
das filmagens. Além de "Marching Powder", Padilha deverá
rodar outra produção internacional, com o estúdio Warner,
cuja trama gira em torno dos
mecanismos de financiamento
do terrorismo.
No Brasil, o cineasta tem dois
projetos em andamento. Ele
produz "Paraísos Artificiais",
longa de seu sócio, Marcos Prado ("Estamira"), a ser filmado
no começo do ano que vem.
Com o sociólogo Luiz Eduardo Soares, escreve o roteiro de
"Nunca Antes na História deste
País", que, segundo ele, "relata
a política na sua interação com
os empresários, a mídia, os artistas, a segurança pública".
Considerando que o cineasta
Fernando Meirelles anunciou,
no ano passado, a intenção de
fazer um documentário sobre o
Congresso Nacional, e que o
montador Felipe Lacerda
("Ônibus 174", "Central do Brasil") finaliza o documentário
"Fazendo Política", sobre os
meandros da atividade, Padilha
avalia que o Brasil tem "uma safra de filmes a respeito da elite
vindo aí".
Na opinião do cineasta, "o cinema brasileiro está pronto para começar a discutir essas coisas outras [que a miséria]".
Meirelles reafirma sua intenção de abordar a política brasileira num filme, mas diz que o
projeto ainda não tem data para sair do papel.
"Quero fazer o documentário, mas, com o lançamento de
"Ensaio sobre a Cegueira" [previsto para o dia 12/9] e a minissérie ["Som e Fúria", que dirigirá para ser exibida na TV Globo], parei de pensar nisso. Mas
vai sair. Sei lá quando", afirma.
(SILVANA ARANTES)
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