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FILMES
TV ABERTA
"A Máscara do Zorro" sofre de excesso de firulas
007 contra a Chantagem
Atômica
SBT, 12h30.
(Thunderball). Inglaterra, 1965, 130 min.
Direção: Terence Young. Com Sean
Connery, Claudine Auger, Adolfo Celi.
Um Bond das origens, em que 007
enfrenta o arquivilão Largo (Celi), um dos
mais bem-sucedidos de toda a série.
Estávamos em 1965, havia Sean Connery
como 007, e o filme esbanja vitalidade.
A Máscara do Zorro
Record, 15h45.
(The Mask of Zorro). EUA, 1998, 136 min.
Direção: Martin Campbell. Com Antonio
Banderas, Anthony Hopkins, Catherine
Zeta-Jones. Após fugir da prisão, um já
envelhecido dom Diego prepara um
sucessor, na pessoa de Antonio
Banderas, mantendo assim viva a
dinastia Zorro e, portanto, a luta dos
mexicanos contra os espanhóis tirânicos.
O filme sofre de excesso de ação e de
excesso de firulas.
Maria 38
Cultura, 16h30.
Brasil, 1959, 94 min. Direção: Watson
Macedo. Com Eliana, John Herbert. Maria
38 é uma vigarista que se faz passar por
babá, para tomar parte em trama de
seqüestro. Mas seu bom coração falará
mais alto, ela se tomará de amores pelo
menino e tentará evitar que seus
cúmplices realizem o seqüestro. Ele
acontece, mas o fundo bom da alma de
Maria já estará revelado. Watson
Macedo, um dos principais
chanchadeiros, aqui num registro mais
grave. Vale pelo menos uma olhada.
Ninja Justiceiro
Bandeirantes, 20h.
(Lethal Ninja). EUA, 1992, 80 min.
Direção: Yossi Wein. Com Ross Kettle,
David Webb. Ninja justiceiro (e, pelo
jeito, ecologista) luta para salvar mulher
das mãos de ninjas do mal que, além de
envenenarem um rio, massacraram os
pesquisadores que investigavam o fato.
Queima de Arquivo
SBT, 22h35.
(Eraser). EUA, 1996, 115 min. Direção:
Charles Russell. Com Arnold
Schwarzenegger, Vanessa Williams. Até
que Arnold tentava se distinguir da
obtusidade que caracteriza a média da
produção americana. Aqui trabalha com
Charles Russell, de "O Maskara". Ele é um
especialista em evitar que testemunhas
sejam eliminadas. No caso, deve
proteger executiva de empresa que está
vendendo armas secretas dos EUA para
outros países. Cinema de alto
orçamento, com pilhas de efeitos.
Hoje e Sempre
Bandeirantes, 0h40.
(The Florentine). EUA, 1999, 105 min.
Direção: Nick Stagliano. Com Michael
Madsen, James Belushi, Jeremy Davies,
Virginia Madsen. Michael Madsen é
proprietário do restaurante The
Florentine, lugar procurado por
operários (nomes ilustres fazem o papel,
além dos mencionados: Chris Penn, Mary
Stuart Masterson). Um estudo dos
costumes dessa classe operária é o que
empreende Stagliano, com brio,
segundo referências.
Três É Demais
SBT, 1h35.
(Rushmore). EUA, 1998, 93 min. Direção:
Wes Anderson. Com Jason
Schwartzman, Bill Murray. Jovem
dedica-se profundamente a seu colégio,
embora não seja bom aluno e as suas
notas, bem fraquinhas, o credenciem a
perder a bolsa de estudos. A isso se
somarão alguns problemas pessoais,
como o fato de estar apaixonado por
uma professora.
Dramática Travessia
SBT, 3h40.
(Night Crossing). Inglaterra, 1981, 107
min. Direção: Delbert Mann. Com John
Hurt, Jane Alexander, Beau Bridges. Dois
homens têm disposição para atravessar
o Muro de Berlim, fugindo da Alemanha
Oriental. Mas fazem questão de vir com
as famílias, o que não facilita as coisas.
Guerra Fria. Só para São Paulo.
(IA)
TV PAGA
"Kamchatka" facilita história para as massas
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Há pessoas muito respeitáveis
que não suportam quando
alguém menciona as virtudes do
cinema argentino atual. No entanto, três obras-primas recentes
-certamente estarão entre os dez
melhores filmes exibidos neste
ano- são argentinos: "Do Outro
Lado da Lei", "Valentin" e "O
Pântano".
É verdade que esses filmes correspondem a um momento histórico de extrema liberdade, de reconquista da liberdade depois de
anos de uma ditadura feroz (sem
falar da era Menem e tal). Mas talvez seja o caso de lembrar aquela
história de que Buenos Aires sozinha tem mais livrarias do que o
Brasil inteiro (é isso mesmo? se
não for, é parecido).
Ou seja, você não empurra literatura de última categoria para cima de um argentino sob o pretexto de que "é cinema". Lá, Borges e
Bioy Casares já escreveram roteiros. A barra é um pouco mais alta.
Agora, nem tudo que vem da
Argentina é obra-prima, que isso
fique claro. "Kamchatka", por
exemplo, foi um sucesso de estima no Brasil, com sua história sobre o casal perseguido pelas forças da ditadura, história vista pelos olhos de um menino.
Aliás, Marcelo Piñeyro, o diretor do filme, não é nenhum gênio
e também sabe usar do sentimentalismo para contar sua história
que, afinal, divide o mundo em
homens maus e idealistas.
"Kamchatka" talvez corresponda, em termos argentinos, ao que
é o nosso "Olga": um filme de
massas. Talvez a diferença esteja
em que no filme argentino o que é
política é política, não se disfarça
de história de "boy meets girl",
como em "Olga". Não me lembro
se o casal de "Kamchatka" transa
em cena. Mas isso é lícito em casais fictícios. Já casais como Prestes e Olga, quando transam em
cena, talvez revelem outra faceta
da atualidade nacional: nossa absoluta incapacidade de distinguir
o público do privado.
KAMCHATKA. Quando: hoje, às 22h, no
Cinemax.
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