São Paulo, domingo, 29 de agosto de 2004

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FILMES

TV ABERTA

"A Máscara do Zorro" sofre de excesso de firulas

007 contra a Chantagem Atômica
SBT, 12h30.
   
(Thunderball). Inglaterra, 1965, 130 min. Direção: Terence Young. Com Sean Connery, Claudine Auger, Adolfo Celi. Um Bond das origens, em que 007 enfrenta o arquivilão Largo (Celi), um dos mais bem-sucedidos de toda a série. Estávamos em 1965, havia Sean Connery como 007, e o filme esbanja vitalidade.

A Máscara do Zorro
Record, 15h45.
  
(The Mask of Zorro). EUA, 1998, 136 min. Direção: Martin Campbell. Com Antonio Banderas, Anthony Hopkins, Catherine Zeta-Jones. Após fugir da prisão, um já envelhecido dom Diego prepara um sucessor, na pessoa de Antonio Banderas, mantendo assim viva a dinastia Zorro e, portanto, a luta dos mexicanos contra os espanhóis tirânicos. O filme sofre de excesso de ação e de excesso de firulas.

Maria 38
Cultura, 16h30.
  
Brasil, 1959, 94 min. Direção: Watson Macedo. Com Eliana, John Herbert. Maria 38 é uma vigarista que se faz passar por babá, para tomar parte em trama de seqüestro. Mas seu bom coração falará mais alto, ela se tomará de amores pelo menino e tentará evitar que seus cúmplices realizem o seqüestro. Ele acontece, mas o fundo bom da alma de Maria já estará revelado. Watson Macedo, um dos principais chanchadeiros, aqui num registro mais grave. Vale pelo menos uma olhada.

Ninja Justiceiro
Bandeirantes, 20h.
 
(Lethal Ninja). EUA, 1992, 80 min. Direção: Yossi Wein. Com Ross Kettle, David Webb. Ninja justiceiro (e, pelo jeito, ecologista) luta para salvar mulher das mãos de ninjas do mal que, além de envenenarem um rio, massacraram os pesquisadores que investigavam o fato.

Queima de Arquivo
SBT, 22h35.
  
(Eraser). EUA, 1996, 115 min. Direção: Charles Russell. Com Arnold Schwarzenegger, Vanessa Williams. Até que Arnold tentava se distinguir da obtusidade que caracteriza a média da produção americana. Aqui trabalha com Charles Russell, de "O Maskara". Ele é um especialista em evitar que testemunhas sejam eliminadas. No caso, deve proteger executiva de empresa que está vendendo armas secretas dos EUA para outros países. Cinema de alto orçamento, com pilhas de efeitos.

Hoje e Sempre
Bandeirantes, 0h40.
  
(The Florentine). EUA, 1999, 105 min. Direção: Nick Stagliano. Com Michael Madsen, James Belushi, Jeremy Davies, Virginia Madsen. Michael Madsen é proprietário do restaurante The Florentine, lugar procurado por operários (nomes ilustres fazem o papel, além dos mencionados: Chris Penn, Mary Stuart Masterson). Um estudo dos costumes dessa classe operária é o que empreende Stagliano, com brio, segundo referências.

Três É Demais
SBT, 1h35.
  
(Rushmore). EUA, 1998, 93 min. Direção: Wes Anderson. Com Jason Schwartzman, Bill Murray. Jovem dedica-se profundamente a seu colégio, embora não seja bom aluno e as suas notas, bem fraquinhas, o credenciem a perder a bolsa de estudos. A isso se somarão alguns problemas pessoais, como o fato de estar apaixonado por uma professora.

Dramática Travessia
SBT, 3h40.
 
(Night Crossing). Inglaterra, 1981, 107 min. Direção: Delbert Mann. Com John Hurt, Jane Alexander, Beau Bridges. Dois homens têm disposição para atravessar o Muro de Berlim, fugindo da Alemanha Oriental. Mas fazem questão de vir com as famílias, o que não facilita as coisas. Guerra Fria. Só para São Paulo. (IA)

TV PAGA

"Kamchatka" facilita história para as massas

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Há pessoas muito respeitáveis que não suportam quando alguém menciona as virtudes do cinema argentino atual. No entanto, três obras-primas recentes -certamente estarão entre os dez melhores filmes exibidos neste ano- são argentinos: "Do Outro Lado da Lei", "Valentin" e "O Pântano".
É verdade que esses filmes correspondem a um momento histórico de extrema liberdade, de reconquista da liberdade depois de anos de uma ditadura feroz (sem falar da era Menem e tal). Mas talvez seja o caso de lembrar aquela história de que Buenos Aires sozinha tem mais livrarias do que o Brasil inteiro (é isso mesmo? se não for, é parecido).
Ou seja, você não empurra literatura de última categoria para cima de um argentino sob o pretexto de que "é cinema". Lá, Borges e Bioy Casares já escreveram roteiros. A barra é um pouco mais alta.
Agora, nem tudo que vem da Argentina é obra-prima, que isso fique claro. "Kamchatka", por exemplo, foi um sucesso de estima no Brasil, com sua história sobre o casal perseguido pelas forças da ditadura, história vista pelos olhos de um menino.
Aliás, Marcelo Piñeyro, o diretor do filme, não é nenhum gênio e também sabe usar do sentimentalismo para contar sua história que, afinal, divide o mundo em homens maus e idealistas.
"Kamchatka" talvez corresponda, em termos argentinos, ao que é o nosso "Olga": um filme de massas. Talvez a diferença esteja em que no filme argentino o que é política é política, não se disfarça de história de "boy meets girl", como em "Olga". Não me lembro se o casal de "Kamchatka" transa em cena. Mas isso é lícito em casais fictícios. Já casais como Prestes e Olga, quando transam em cena, talvez revelem outra faceta da atualidade nacional: nossa absoluta incapacidade de distinguir o público do privado.


KAMCHATKA. Quando: hoje, às 22h, no Cinemax.


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