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Bandas realizam festival família no Ibirapuera
Freqüentadores do parque se juntam a roqueiros em tarde-noite marcada pela boa diversidade sonora das atrações do Motomix
DA REPORTAGEM LOCAL
Na contramão dos festivais
patrocinados por grandes marcas, que cobram um preço nada
modesto por seus ingressos em
espaços fechados, o Motomix
levou cerca de 6.000 pessoas ao
Ibirapuera no sábado, com entrada franca.
Entre as atrações, tocaram as
bandas Fujiya & Miyagi, Go!
Team (ambas inglesas) e Metric (EUA/Canadá).
No meio de cachorros, bicicletas e freqüentadores do parque desavisados sobre o festival, o público foi tomando o lugar desde as 15h. A área de
eventos do Ibirapuera, perto do
Museu Afro Brasil, serviu como
local para o festival.
O ambiente diurno atraiu
gente que foi ao Ibirapuera de
bicicleta e skate. Um dos ciclistas era André Hidalgo, dono do
clube Glória, que assistiu às primeiras bandas em trajes esportivos. As estudantes Natália Ribeiro, 21, e Carolina Santos, 21,
alugaram bicicletas para transitar no festival.
Também não foram poucos
os freqüentadores do parque
que, sem saber do evento, pararam ali para assistir aos shows.
De capacete, o bancário Laio
Fernandes, 59, interrompeu
sua segunda volta de bicicleta
no parque para ver as bandas.
Renato Creiro, 26, que trabalha
no mercado financeiro, parou o
cooper para ver o que estava
acontecendo.
Mulher e filho
O cineasta Kiko Goifman levou a família: a mulher Cláudia
Priscilla e o filho Pedro, 5, sentado nos ombros do pai. Latinha de cerveja em punho, Goifman reclamou que teve de "traficar" a bebida, já que era proibida a venda no local.
Às 16h15, no início do show
da Nancy, banda de Brasília que
veio depois da paulistana Stop
Play Moon e da campineira Venus Volts, dava para ouvir os latidos de Nino, vira-lata de estimação da funcionária pública
Rosana Guimarães, 42. Ela levou seu cachorro e a filha skatista Rebeca, 15.
"Não me lembro de outro festival gratuito desse porte", disse o músico Tatá Aeroplano.
"Só no estádio do Pacaembu,
nos anos 90." Ele foi ver Fujiya
& Miyagi, que ouviu por muito
tempo imaginando que fossem
japoneses (e não ingleses), por
causa do nome.
O quarteto britânico agradou
misturando muitos efeitos eletrônicos com guitarra e baixo
grooveados.
Fernando Sato, 40, elogiou o
fato de o festival ter sido ao ar
livre e gratuito: "Deveria ter
sempre". O diretor de arte ainda ressaltou a performance do
The Go! Team: "Eles não se levam a sério, parece que estão
sempre se divertindo".
O show da banda dividiu opiniões. Liderado pela insana vocalista Ninja, o grupo promoveu uma festa com rock rápido
e com intervenções de rap. A
mistura não entusiasmou parte
do público.
O evento foi assistido por
muitos estrangeiros, como o
escocês Freddie Ingleby, 20,
que estava acompanhado por
cinco amigos europeus -todos
descamisados e vermelhos como pimentões.
O Motomix foi encerrado
pouco antes das 21h, com o Metric. E aqueles que haviam estranhado a agitação do Go!
Team parecem ter se encontrado com o rock meio etéreo,
meio climático da banda. Emily
Haines, a vocalista, monopolizou olhares com um vestido roxo curtíssimo.
A variedade das bandas e o
ambiente diurno e familiar do
festival foram os aspectos mais
positivos do evento.
(BRUNA BITTENCOURT, SILAS MARTÍ E THIAGO NEY)
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