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Televisão/Crítica
"AI" traz olhar amadurecido de Steven Spielberg
PAULO SANTOS LIMA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
"AI - Inteligência Artificial" (TC Light, 17h35; não recomendado para menores de
14 anos) é um momento de virada na carreira de Steven
Spielberg. Não uma guinada temática, mas sim de um olhar
mais lúcido sobre a impossibilidade de se consertar as coisas
e o mundo.
Um olhar amadurecido, inclusive aquele que fica atrás da
câmera. Não à toa, "Prenda-me
se For Capaz", "Minority Report", "Guerra dos Mundos" e
"Munique" são seus trabalhos
mais bem filmados.
O universo de "AI" (da ficção
científica e fantasia) é o mesmo
do Spielberg que fazia filmes
"para seus filhos verem" -afirmação com a qual ele justificou
este longa. Mas é bastante triste a vã busca do menino-robô
por sua mãe adotiva. Que fique
claro, mãe humana e que o pôs
no olho da rua, como um brinquedo defeituoso.
Olhos menos atentos podem
crer que a fada madrinha que
aparece ao final seja um alento.
Não se engane: é a conclusão
mais desoladora, cruel e cética
do cinema de Spielberg.
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