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Crítica rock

Numa era de urgência, artista vai sem pressa pela contramão

RODRIGO LEVINO EDITOR-ASSISTENTE DA "ILUSTRADA"

Numa época em que se pedem hits cada vez mais urgentes e na qual esses hits importam mais do que um disco como obra, inteiriço, é curioso (e, nesse caso, bonito) ver um prodígio revelado para o grande público tardiamente na contramão.

Em "Walkin On a Pretty Daze", o ex-motorista de empilhadeira Kurt Vile se mantém à margem da urgência. Vide "Walkin On a Pretty Day", uma canção lânguida e acústica, de mais de 15 minutos, que abre e dá o tom do álbum.

É bem verdade que às outras canções vão se juntando camadas de guitarras e violões, alguma bateria mais urgente (como em "KV Crimes"), mas, de resto, Vile volta a reler gêneros que formam uma inesperada ponte entre o folk, o noise rock e o lo-fi.

Seis das 11 faixas tem mais de dez minutos ""as restantes, mais de cinco. Requer, como se vê, uma apreciação sem pressa. Ou seja, ouvir como se ouve a um disco, não à caça de um superhit.

A recompensa é um álbum que se entrelaça no dia a dia do ouvinte, com suas letras sobre um cotidiano levemente chapado, menos atormentadas que as de "Smoking Ring for My Halo", o disco anterior, e melodias que caminham numa interseção imaginária de Neil Young com Tom Petty e Sonic Youth. Vale muito a pena.


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