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"Tento fazer a caricatura mais cruel da política"
DE SÃO PAULOEm entrevista à Folha, Angeli comenta os desafios de um chargista.
(SM)
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Folha - Na sua opinião, como deve ser um chargista?
Angeli - Ele tem de estar atento a tudo, saber o momento certo de uma piada bem colocada. Eu misturo a indignação com o desprezo por aquele político.
Em seu livro, muitas charges são sobre George W. Bush. Por que essa fixação?
Tentei fazer o retrato mais contundente dele por raiva mesmo de ver esse sujeito distanciado de seu tempo criando fatos mentirosos. Tinha prazer em desenhar as rugas e as entranhas do Bush.
Eu faço charges para ajudar que esse tipo de político não exista mais. Sei que isso é meio quixotesco, mas políticos têm esse dom de serem medíocres.
O que está por trás de uma boa charge?
Tento fazer a caricatura mais cruel da política. Não sou econômico no desenho. É gostoso acertar o tiro, mas o que a gente quer é estancar o sangue.