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Crítica
O imaginário e o real convivem em 'Passagem para a Índia'
INÁCIO ARAUJO CRÍTICO DA FOLHADuas inglesas, uma senhora e uma jovem, um indiano gentil e uma Índia colonial (estamos por volta de 1920) são os elementos chave de "Passagem para a Índia" (TC Cult, 19h; livre).
Pode-se dizer que David Lean, diretor do filme, investiga aqui a ambiguidade dos britânicos em relação à Índia e aos indianos. Pois tudo fascina às duas mulheres, inclusive o simpático indiano. Simpático e bonito, diga-se.
Daí, aliás, virá o problema todo: em dado momento, a jovem (Judy Davis) começará a acreditar que foi atacada sexualmente pelo indiano. Aí entra Lean: a Índia é terra dotada de certa magia, ali o imaginário pode trabalhar febrilmente até. Mas o imaginário inglês é colonial, povoado pela ilusão de sua própria superioridade.