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Crítica drama
Resumo de série sobre Jesus é calvário para o espectador
A narrativa é melodramática, característica também da trilha, que reforça o que a história tem de mais emotivo
Os épicos bíblicos estão em alta neste ano. Depois de "Noé", de Darren Aronofsky, é a vez de "O Filho de Deus"; "Exodus", de Ridley Scott, deve chegar em dezembro.
O fenômeno tem duas explicações sólidas: o público-alvo é vasto --há mais de 2 bilhões de cristãos no mundo-- e as histórias são livres de direitos autorais.
"O Filho de Deus" é uma condensação da minissérie de televisão "A Bíblia"--exibida com sucesso em centenas de países, incluindo o Brasil-- acrescida de cenas inéditas.
Mostra episódios da fase final da vida de Jesus, com ênfase em vários milagres bastante conhecidos, como a multiplicação do peixes ou a ressurreição de Lázaro.
Ao reduzir a vida de Jesus a uma sucessão de milagres, o filme faz dele alguém próximo de um super-herói --especialmente para o espectador não cristão.
Tudo é apresentado de forma atropelada, sem a mesma contextualização dos fatos que há na minissérie. Essa pressa contrasta com o vagaroso detalhamento com que é mostrada a crucificação de Jesus, explorando com sensacionalismo o lado mais mórbido de seu sofrimento.
O ator e modelo português Diogo Morgado encarna Jesus, mas é apenas uma bela estampa, carecendo completamente de carisma.
A narrativa é grandiloquente e melodramática, características também da trilha sonora de Hans Zimmer, que se dedica a reforçar (sem necessidade) o que a história tem de mais emotivo.
Outro aspecto problemático são os efeitos especiais, particularmente constrangedores na sequência do milagre de Jesus andando sobe as águas do Mar da Galileia e nos planos gerais que mostram Jerusalém, pois fica evidente que os edifícios são maquetes grosseiras.
O resultado geral é um calvário de duas horas para o espectador.
O FILHO DE DEUS
(SON OF GOD)
DIREÇÃO Christopher Spencer
PRODUÇÃO Eua, 2014
ONDE Villa Lobos Cinemark e circuito
CLASSIFICAÇÃO 10 anos
AVALIAÇÃO ruim