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Filme americano sobre Pelé só será lançado após a Copa
Produção, que tem na equipe dois vencedores do Oscar, foi adiada e não aproveitará o burburinho do Mundial
Com elenco brasileiro e todo falado em inglês, longa de ficção narra a ascensão meteórica do ex-jogador de futebol
Pelé, que já teve seus momentos de ator de cinema nos anos 1970 e 1980, deve ganhar o próprio filme em breve. Mas só depois da Copa.
A obra de ficção inspirada na história do ex-jogador era aguardada para agora, durante o Mundial, mas só deve sair no fim do ano ou, talvez, em 2015.
Quem informa sobre a possível data de lançamento são os irmãos norte-americanos Jeff e Michael Zimbalist, diretores de "Pelé".
Em fevereiro, a revista americana "The Hollywood Reporter" anunciou que algumas das cenas do longa tiveram de ser refilmadas, o que atrasou a estreia.
O diretor nega: "Não sei de onde surgiu essa informação", diz Jeff, em entrevista à Folha. Ele afirma que o filme está em fase de pós-produção.
Segundo a publicação, o atraso levou ao cancelamento da compra do título por pelo menos uma distribuidora, a alemã A Company, enquanto outras estariam estudando a mesma possibilidade, caso da Entertainment One, que o venderia no Reino Unido.
A Folha apurou que A Company, de fato, cancelou o contrato. Procuradas, as duas distribuidoras não responderam ao pedido da reportagem.
O longa narra os primeiros anos da vida de Pelé até a disputa da Copa de 1958. Aos 17, o jogador participou do primeiro título do Brasil.
"Escolhemos esse período não apenas para falar da ascensão meteórica dele, mas porque é a época em que o Brasil ganhou destaque no cenário mundial", diz Michael.
"É sobre a lenda do futebol e sobre a construção da identidade brasileira", diz. O país não é estranho para os diretores, que já rodaram por aqui o documentário "Favela Rising" (2005), sobre a ONG AfroReggae.
"Pelé" tem na equipe dois vencedores do Oscar: o produtor Brian Grazer (de "Uma Mente Brilhante") e o montador Michael Kahn, parceiro de Spielberg no longa "O Resgate do Soldado Ryan".
Foi o próprio Pelé quem forneceu a maior parte das informações aos diretores, também roteiristas. "Ele nos ajudou, mas não quis controlar a criação", afirmou Michael.
Os brasileiros Leonardo Lima Carvalho e Kevin de Paula interpretam o craque na versão criança e na fase adolescente, respectivamente.
O cantor Seu Jorge vive Dondinho, pai de Pelé, e o americano Vincent D'Onofrio interpreta Vicente Feola, técnico da seleção em 1958.
O longa é todo falado em inglês. "Seria mais autêntico em português. Mas há uma demanda do mercado e entendemos que a história é universal. Tinha que ser em inglês por isso", diz Michael.
Mas o "hype" não diminui após a Copa? "A empolgação será a mesma. Não é um filme só sobre futebol", diz Jeff.