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30 anos em cartaz Celebração do Grupo Galpão inclui remontagem em Londres e peça de Pirandello
ENVIADO ESPECIAL A BELO HORIZONTE Pense na típica família mineira: ciosa de sua história, afeiçoada a padrões de conduta sedimentados pelo tempo e cautelosa com novidades e modernismos -bem-vindos desde que não arranhem as tradições que, à moda de tapetes arraiolos e oratórios barrocos, são guardadas como relíquias. Agora aplique esse sistema de valores a um clã teatral, o Galpão, que finaliza os preparativos para a festa dos 30 anos de sua fundação. Surgirá uma agenda comemorativa pautada pela disposição de encapsular essa trajetória em DVDs, documentários, diários de montagens e exposição, como se quisesse desafiar a efemeridade do teatro, sugerir que ele não precisa (não pode?) ser tão volátil quanto o tempo. Além da já anunciada participação do grupo em um festival do teatro londrino Shakespeare's Globe, na semana que vem, com a remontagem da aclamada "Romeu e Julieta" (1992), a programação balzaquiana inclui uma mostra de repertório. Belo Horizonte (junho), São Paulo (julho/agosto) e Rio (outubro/novembro) verão a tragédia dos Capuleto e Montecchio e as três produções mais recentes da companhia: "Till, a Saga de um Herói Torto" (2009), "Tio Vânia" (2011) e "Eclipse" (2011). "A seleção ilustra elementos pertinentes da história do Galpão", diz a atriz Inês Peixoto. "'Romeu' traduz a capacidade do grupo de manter seu repertório ativo, 'Till' é teatro de rua, usa linguagem popular. 'Eclipse' e 'Tio Vânia' têm diretores convidados e apontam para a nossa proximidade com clássicos." Mesmo o item inédito do pacote trintão tem um pé na tradição: para seu próximo trabalho, a trupe pinçou do cânone o italiano Luigi Pirandello (1867-1936) e seus "Gigantes da Montanha". A estreia deve ser em junho de 2013. Gabriel Villela, parceiro em "Romeu..." e "A Rua da Amargura" (1994), volta a dirigir os conterrâneos. O texto, que o dramaturgo deixou inconcluso, é uma meditação sobre a arte e seu poder de comunicar estados de alma e sensações. Uma companhia mambembe aporta em um vilarejo longínquo e enigmático para encenar o texto de um poeta morto, sem saber o que esperar do público. Tirando-se o elemento fantástico, poderia ser mais uma memória sacada do baú do Galpão. Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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