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Crítica Drama Filme não consegue ir além do exercício inconsequente da busca pelo outro INÁCIO ARAUJOCRÍTICO DA FOLHA Sempre que está em falta de ideias, o cinema britânico recorre à Índia. E, como não faltam faltas de ideias no cinema britânico, ali será o destino do grupo de aposentados ingleses sem condições de viver em seu país que formam "O Exótico Hotel Marigold". Há de tudo ali: a contadora racista, o casal que não se entende, o juiz homossexual, a viúva que o casamento privou de experiências pessoais -todos atraídos pelo hotel. A realidade, ainda uma vez, é bem diferente da propaganda: o Marigold cai aos pedaços. A experiência indiana também é hostil aos britânicos: as multidões na rua, a cultura e a língua incompreensíveis estão lá para lembrá-los de que o império acabou. Queiram ou não, esta é não só uma Índia independente, mas "emergente". Uma mistura de tradição e modernidade. O conflito é bem representado pelo jovem empreendedor Sonny Kapoor, não só por seu desejo de fazer retornar o hotel a seus dias de glória como pelo romance que mantém com a namorada, contrariando os costumes antigos. Seguimos sem paixão a trajetória de cada um deles. Não só por serem pouco apaixonantes como por pertencerem a esse tipo de roteiro entupido de personagens, em que nada nunca se desenvolve a não ser uma ideia geral. A ideia geral, no caso, diz respeito a o que fazer com a velhice; o que ela pode comportar ainda de encontro com o desconhecido ou o inesperado, no que podemos nos transformar, apesar da idade e dos hábitos adquiridos. "O Exótico Hotel Marigold" é um exercício simpático, porém inconsequente, da busca pelo outro. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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