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Crítica Dança Falta de ensaio prejudica montagem da São Paulo Cia. de Dança com coreógrafo do Corpo FLÁVIA COUTOCOLABORAÇÃO PARA A FOLHA A SPCD (São Paulo Companhia de Dança) não possui um coreógrafo fixo e, para criar um repertório versátil, sempre convida criadores renomados. Sua mais recente encomenda é o espetáculo "Bachiana nº1", assinado por Rodrigo Pederneiras -coreógrafo do Grupo Corpo-, que trabalhou a partir da obra musical de Heitor Villa-Lobos. A linguagem de Pederneiras é um conjunto de movimentos diferentes do balé e, para aprendê-la, é preciso tempo de amadurecimento. Logo, surge uma problemática: como é possível em pouco tempo de ensaio condicionar os corpos dos bailarinos para realizar essa diferente linguagem de dança? Certamente, o intuito da SPCD não é recriar o trabalho que Pederneiras desenvolve no Grupo Corpo, e sim possibilitar a adaptação dos bailarinos à sua proposta. No entanto, o contexto de pouco convívio da companhia com a nova linguagem gera o risco de situar a obra em uma zona superficial de movimentos. Nas cenas coletivas, percebe-se que, mesmo com nível técnico avançado, o grupo não está afinado. Apenas no pas-de-deux (duo principal) o traço autoral do coreógrafo fica mais aprofundado, talvez porque o acordo entre dois corpos aconteça mais rápido. O perfil de versatilidade da SPCD esbarra nos limites burocráticos de tempo e nos limites físicos de assimilação de uma nova informação. A questão se impõe e merece reflexão. Texto Anterior | Índice | Comunicar Erros |
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