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Bob Wilson traz Berliner Ensemble a SP Será a quinta parceria desde 1998 do diretor americano com a companhia de teatro alemã fundada por Brecht As peças "Lulu" e "A Ópera dos Três Vinténs" serão encenadas em São Paulo em novembro, no Sesc Pinheiros GUSTAVO FIORATTICOLABORAÇÃO PARA A FOLHA Em novembro, o grupo alemão Berliner Ensemble vai aportar em São Paulo com duas peças dirigidas pelo americano Robert Wilson. Desde 1998, essa mesma parceria já rendeu cinco produções firmadas entre o diretor e a companhia. O Sesc Pinheiros abrigará duas delas: "Lulu", do alemão Frank Wedekind (1864-1918), e "A Ópera dos Três Vinténs", de Bertolt Brecht (1898-1956). São dois espetáculos de um repertório com cerca de 40 montagens que o Berliner Ensemble tem apresentado em diversos países. A única vez em que o grupo esteve em São Paulo, em 1997, foi com o espetáculo "A Resistível Ascensão de Arturo Ui", peça dirigida por Heiner Müller (1929-1995) pouco antes de sua morte. Robert Wilson esteve nos palcos de São Paulo com mais frequência. A última vez foi em abril deste ano, com "A Última Gravação de Krapp", em que também atuou. INFLUÊNCIA BRECHTIANA A decisão de montar um Brecht, diz Jutta Febers, dramaturgista da companhia, não é tomada porque o autor foi dramaturgo e diretor do Berliner. "Muitas pessoas acham que somos um museu de Brecht, e nós não somos. Se montamos um Brecht é porque achamos que é o momento de fazer isso", explica. Tampouco a cartilha da metodologia brechtiana, que influenciou encenadores do mundo inteiro, é levada ao pé da letra pelo grupo. "Se Brecht estivesse vivo, ele diria: 'esqueçam um pouco disso tudo'", diz Jutta, em referência à linguagem que Wilson e o grupo Berliner desenvolveram em parceria. A estética minimalista de Wilson emoldura os dois espetáculos. "A Ópera dos Três Vinténs" se desenvolve sobre o casamento de um bandido com a filha de um homem que explora mendigos. O espetáculo "Lulu" tem como personagem principal uma dançarina de cabaré, espécie de musa do underground. TRILHA MUSICAL A trilha sonora é um ponto importante das duas montagens, que resvalam em elementos da ópera: "Ópera dos Três Vinténs" tem música original de Kurt Weill, e a versão de "Lulu" foi concebida com música original composta pelo roqueiro Lou Reed -com alguma referência pop e uma boa dose de climas sombrios. Ao falar da composição de Lou Reed para o espetáculo, Jutta faz referência a um de seus álbuns mais experimentais, "Metal Machine Music" (de 1975), que abusa, com radicalismo, das distorções com guitarras. Embora o centro de suas história seja uma personagem jovem, o espetáculo foi concebido para ser protagonizado por uma diva do teatro germânico, Angela Winkler, que tem 68 anos e também está no elenco de "A Ópera dos Três Vinténs". Texto Anterior | Índice | Comunicar Erros |
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