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Crítica / MPB Gaby Amarantos ignora fronteiras em disco de estreia MARCUS PRETODE SÃO PAULO A esta altura, já não é mais necessário apresentar Gaby Amarantos a ninguém. Entre o momento em que concluiu seu primeiro álbum solo, "Treme", em outubro, e a chegada dele às lojas, nesta semana, a cantora paraense extrapolou as fronteiras de seu Estado e tomou o Brasil. Lançou videoclipe de bela repercussão crítica ("Xirley"), rodou todos os programas populares de TV, inspirou personagens da trama de "Cheia de Charme", na Globo, e emplacou o tema de abertura da novela ("Ex Mai Love"). Com direção artística de Carlos Eduardo Miranda e produção musical de Luiz Félix Robatto, "Treme" usa uma banda "de verdade" (com guitarra, teclado, baixo, bateria e trio de sopros) para fazer evoluir a sonoridade eletrônica tosca do tecnobrega. Contempla sobretudo a produção paraense de várias gerações: Alípio Martins ("Vem me Amar"), Dona Onete ("Mestiça"), Felipe Cordeiro ("Esta Tá no Ar") e a própria Gaby, sozinha ("Gemendo", "Eira", "Faz o T"). Mas há também o "indie" do eixo Rio-São Paulo ("Chuva", de Thalma de Freitas e Iara Rennó, foi escrita para a cantora) e o mainstream do país inteiro ("Coração Está em Pedaços", da dupla Zezé Di Camargo & Luciano). Estão também lá a estridência da banda de tecnobrega Gang do Eletro ("Galera da Lage") e a doçura da voz de Fernanda Takai em "Pimenta com Sal". As intenções de "Treme" são ousadas. Desprezam qualquer fronteira possível entre rico e pobre, entre "chique" e "brega", entre A e Z. E era preciso uma artista com o carisma e a vocação pop de Gaby -e sem a preguiça musical de Ivete Sangalo e Claudia Leitte- para tocar um projeto de tamanha complexidade estética. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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