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Putin que pariu! Julgamento de integrantes do coletivo punk Pussy Riot mobiliza artistas contra repressão do governo russo
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM MOSCOU Foram cinco meses de detenção e uma semana de julgamento pontuados por protestos de meninas encapuzadas e apoio público de estrelas como Madonna, Peaches e Sting, além do barulho dos artistas russos. Amanhã, no entanto, às 15h (8h em Brasília), o mundo saberá o destino das três garotas que armaram -com o Pussy Riot, coletivo russo feminista de punk rock- um show de protesto político dentro da catedral do Cristo Salvador em Moscou. As integrantes do grupo podem ser condenadas a três anos de prisão. Essa história não é nova. Mesmo depois da era soviética, a repressão a manifestações por liberdade e democracia na Rússia continua. Durante os três mandatos presidenciais de Vladimir Putin, outras figuras do mundo artístico russo que transpuseram a tênue fronteira entre arte, política e religião pagaram caro. Andrei Erofeev foi um deles. Ex-diretor de "novas tendências" da aclamada Galeria Tretiakov, Erofeev foi demitido e julgado pela curadoria de uma exposição de peças proibidas em museus e galerias moscovitas. "Ele queria mostrar à sociedade artística que a censura não existia. Foi julgado por isso", disse à Folha o artista russo radicado nos EUA Leonid Sokov. Aos 69 anos, ele é um dos nomes que tiveram suas provocativas obras expostas na seleção de Erofeev. Para Sokov, o problema não está na censura de artistas, mas no nascimento de uma geração que, diferente da sua, não viveu as restrições civis da era soviética e não acredita que sua luta seja em vão. "É difícil encarar a apresentação da Pussy Riot como arte", comenta Sokov. "Aquilo foi uma ação primitiva, mas, de qualquer forma, elas conseguiram o que todo artista quer e precisa: uma reação ampla e viva da sociedade." Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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