Texto Anterior
|
Próximo Texto
| Índice | Comunicar Erros
Clássico do expressionismo alemão é exibido ao ar livre "O Gabinete do Dr. Caligari", de 1920, mostra forte influência da vida na Europa no período pós-Primeira Guerra INÁCIO ARAUJOCRÍTICO DA FOLHA "O Gabinete do Dr. Caligari", que será exibido hoje, ao ar livre, no Auditório Ibirapuera, é inaugural do expressionismo alemão, um dos mais influentes movimentos do cinema em todos os tempos. Conta-se ali a história de Caligari, médico com poderes psíquicos que chega a uma cidade trazendo o gigante Cesare, que reduziu a obediente sonâmbulo. A questão posta em 1920 por Robert Wiene é típica do momento pós-Primeira Guerra: por um lado, evocam-se as forças obscuras da mente; por outro, distinguem-se os super-homens dos fracos. A Alemanha está devastada pela guerra. O mundo interior torna-se um refúgio em relação ao mundo exterior, hostil. Daí vem, certamente, o centro do pensamento expressionista: o mundo objetivo não existe, o que existe são visões do mundo. A decorrência é uma estética de deformações do real, pela cenografia e pela maquiagem, de interpretações exacerbadas e pela fotografia com ênfase claro-escuro. O roteiro de Carl Meyer é outra peça fundamental para entender a relevância do filme. Ex-combatente, Meyer tornou-se feroz inimigo do hábito alemão de seguir o chefe cegamente, da disciplina militar e, em particular, dos psiquiatras do Exército. A Meyer deve-se o aspecto geral de pesadelo que caracteriza esse conto que resultou em um filme essencial para quem deseja conhecer o cinema. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |