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Mostras miram cena teatral latino-americana

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Uma mostra de teatro contemporâneo do Uruguai é um dos destaques da 19ª edição do Porto Alegre em Cena, cuja programação tem início hoje, enfocando também a produção argentina.

A segunda edição do Mirada - Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas de Santos, que começa amanhã, apresenta um panorama do teatro atual do México, além de trabalhos de outros 13 países que têm o espanhol e o português como línguas oficiais.

"O intuito é estimular o surgimento de novas narrativas e reforçar o diálogo intercultural", diz o diretor do Sesc São Paulo, Danilo Santos de Miranda.

O interesse de Luciano Alabarse, coordenador do Porto Alegre em Cena, pelo cenário teatral latino-americana também não é novidade. "A aposta do festival nas produções dos países vizinhos ao Brasil é priorizada desde a nossa primeira edição", diz ele.

Se o teatro de língua hispânica que costuma chegar ao Brasil é bastante folclórico, tipo exportação, os dois eventos conseguem superar os clichês e expõem o que há de mais atual na cena latino-americana.

As programações do Mirada e do Porto Alegre em Cena mesclam trabalhos de grupos consolidados e de artistas emergentes.

A mostra uruguaia em Porto Alegre, por exemplo, é composta por nove produções. Uma delas, "Snorkel", obra do jovem Federico Guerra, aborda o estado de desesperança dos moradores das grandes metrópoles.

A encenação violenta, fragmentada e bastante física do jovem Bernardo Trias se contrapõe ao trabalho mais tradicional de Lucio Hernández em "Variaciones Meyerhold", escrito pelo argentino Eduardo Pavlovsky.

A produção da Comédia Nacional, o mais sólido grupo teatral uruguaio, faz um recorte da vida e do discurso de Meyerhold, célebre ator, diretor e teórico russo.

Os dois eventos também apostam na diversidade de linguagens. O Mirada, entretando, privilegia grupos de pesquisa. O Porto Alegre em Cena busca ecletismo, incluindo na grade obras como "Fuerza Bruta", superprodução argentina que atrai multidões no mundo todo.

"Não gosto do teatro do samba de uma nota só", diz Alabarse.

(GM)

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