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Mocinha soturna Débora Falabella diz à Folha que Carminha e Nina são o par romântico de "Avenida Brasil" e que está preparada para mais sofrimento na novela da Globo
DE SÃO PAULO Quando sua personagem Nina foi enterrada viva em "Avenida Brasil", Débora Falabella, 33, não precisou disfarçar o que estava sentindo naquele momento. "Foi um horror! Era um pouco claustrofóbico. Estava frio, com a terra molhada. Era uma cena muito forte", diz a atriz, em entrevista à Folha. Cenas fortes. Essa tem sido a rotina da intérprete desde a estreia da novela da Globo, em março deste ano. "'Avenida Brasil' não poupa a gente", diverte-se ela, que encarna pela primeira vez uma protagonista do horário nobre. Mas Nina não é igual às mocinhas tradicionais da TV. O que move a chef de cozinha é um desejo de vingança contra Carminha (Adriana Esteves), madrasta que a abandonou criança em um lixão. Nas artimanhas da personagem vale mentir, roubar, seduzir homens casados e enrolar seu eterno amor de infância. Tudo para ficar mais perto de seu alvo. "Carminha e Nina são quase como o par romântico da novela. É um trabalho em dupla e, apesar de sermos antagonistas, essa parceria com a Adriana é uma das mais especiais que tive na TV", diz. "Temos de nos dar muito bem para conseguirmos nos odiar tanto na novela." Sobre a popularidade da verdadeira vilã da história, Débora tem a resposta na ponta da língua. "João [o autor João Emanuel Carneiro] fez uma inversão completa. De um lado, uma vilã solar e carismática; do outro, uma mocinha mais sombria, soturna... Do mesmo jeito que vemos maldade em Nina, enxergamos um lado humano em Carminha." PÚBLICO Com um texto bastante ágil e fotografia de alta qualidade, "Avenida Brasil" mobiliza torcidas pelo país todo. "Quando penso em uma grande novela, como 'Roque Santeiro', não me lembro dessa repercussão toda. Hoje em dia, com a internet, parece que tudo virou uma coisa só", explica Falabella. A audiência costuma alcançar a casa dos 40 pontos no Ibope -cada ponto equivale a 60 mil domicílios na Grande São Paulo-, em meio às reviravoltas que o autor propõe à trama. Seria Nina a Beatrix Kiddo (Uma Thurman), dos filmes "Kill Bill v. 1 e v. 2", dirigidos por Quentin Tarantino? "Há cenas semelhantes. É uma referência muito próxima das pessoas, mas a Nina não é assassina, ou uma guerreira', responde a atriz, que também bebeu da fonte de romances como "O Conde de Monte Cristo", de Alexandre Dumas, e "O Primo Basílio", de Eça de Queirós. CARREIRA Antes de Nina, Débora já interpretou tipos marcantes, como a riquinha viciada em drogas, na novela "O Clone" (2001), e uma deficiente mental no longa "Meu País" (2011), de André Ristum. "Só uma atriz como Débora Falabella poderia abraçar uma personagem tão complexa e paradoxal como a Nina que, ao mesmo tempo, é doce e vingativa, apaixonada e obcecada", derrete-se o autor. Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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