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Crítica / Jazz Diferenças culturais são atropeladas por química sonora COLABORAÇÃO PARA A FOLHANão fossem Egberto Gismonti, o norte-americano Charlie Haden e o norueguês Jan Garbarek os grandes músicos que são, um desavisado poderia até pensar que uma parceria entre artistas de origens e bagagens tão diversas correria o risco de resultar anódina ou estranha. No entanto, as 11 faixas do CD duplo "Carta de Amor" provam que, no universo da música improvisada, as sensibilidades dos instrumentistas têm peso bem maior que suas nacionalidades. O lirismo de composições de Gismonti, como "Palhaço", "Don Quixote", "Branquinho" e a faixa-título, é realçado pelas sonoridades agridoces do sax tenor e do soprano de Garbarek, que também contribui com belas adaptações de canções folclóricas da Escandinávia. Já o eclético Haden, que se tornou conhecido tocando free jazz com Ornette Coleman, colabora com a singela "All That Is Beautiful" e a provocativa "La Pasionaria" -do repertório da Liberation Music Orchestra, projeto de viés político dos 70 que Haden resgatou em 2005. Mas, ao final, o que impressiona é mesmo a química sonora, a espontaneidade que marca as performances desse trio, preservada por três décadas nestas gravações tão preciosas. Sorte nossa. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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