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"Barbeiro", de Paisiello, ganha primeira montagem no Brasil Trabalho é anterior à famosa versão do também italiano Rossini JOÃO BATISTA NATALICOLABORAÇÃO PARA A FOLHA O Theatro São Pedro estreia uma produção de "O Barbeiro de Sevilha". Mas não é a conhecida ópera de Gioachino Rossini (1792-1868), de 1816. Esse "Barbeiro", de 1782, foi escrito por um outro italiano, Giovanni Paisiello (1740-1816). A história é basicamente a mesma, por serem inspiradas na mesma peça do francês Pierre-Augustin Caron de Beaumarchais (1732-1799). Paisiello é um compositor do classicismo, "mais ou menos como Mozart ou Domenico Cimarosa, enquanto Rossini é mais ou menos só como Rossini", diz o ex-baixo-barítono Enzo Dara, diretor cênico da montagem. Paisiello foi uma máquina de produzir óperas. Escreveu em torno de 94, ou duas por ano durante sua longa carreira. Eclipsou-se numa Europa que valorizava orquestração mais exuberante. Foi contemporâneo das primeiras sinfonias de Beethoven (1770-1827), mas sua harmonia é sobretudo baseada nas cordas, reservando as madeiras (oboé, fagote, clarineta, flauta) mais para o acompanhamento. Mas é um compositor com o dom raro da narrativa. O enredo: Rosina escapa das garras de Basílio, seu velho tutor, para, com a ajuda do barbeiro Fígaro, casar-se com o conde de Almaviva. O "Barbeiro" de Paisiello tem algumas diferenças em relação ao de Rossini. O Basílio de Rossini é um avaro, interessado no dote de Rosina. Já o de Paisiello é apaixonadíssimo por sua pupila. A direção musical é de Sérgio Monterisi, maestro e compositor de 42 anos que impõe invejáveis precisão e musicalidade à orquestra do Theatro São Pedro. O elenco é bastante homogêneo, com destaque para os brasileiros Manuel Alvarez (Fígaro) e Luciano Botelho (Almaviva). Bártolo é cantado pelo baixo-barítono italiano Alessio Potestio, e Rosina, pela excelente soprano albanesa Artemisa Repa. Com a montagem desse ainda desconhecido "Barbeiro", o São Pedro volta em definitivo a seus trilhos. Duas crises levaram ao afastamento neste ano de dois diretores musicais: Roberto Duarte, em março, e Júlio Medaglia, cinco meses depois. A programação inicial foi reduzida, e a próxima produção, para o final de novembro, será a de "Werther", de Jules Massenet (1842-1912). Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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