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Clayderman traz a SP seu 'amor sincero Pianista romântico francês faz duas apresentações na cidade com repertório voltado para casais apaixonados Artista se diz "triste" com críticos eruditos que vão a seus shows e conta como poupa vizinhos de ensaios GUSTAVO FIORATTICOLABORAÇÃO PARA A FOLHA Incluir "La Vie en Rose", de Édith Piaf e Louis Guglielmi, e "Ballade pour Adeline", de Paul de Senneville e Olivier Toussaint, em um mesmo concerto de piano pode deixar a apresentação com aquela atmosfera de candelabros dourados e luz de velas. Mas Richard Clayderman, 58, não é um enrustido. Também conhecido como "Prince of Romance" (príncipe do romance), apelido dado pela ex-primeira dama dos EUA Nancy Reagan, o pianista francês assume o clima sentimental que habitualmente decanta sobre a plateia de seus shows, como o que será levado ao Teatro Bradesco nos dias 2 e 3. "Os americanos têm esse talento de atribuir valores aos outros. Fui um príncipe, e espero que um dia, muito em breve, eu seja o Rei do Romance", diz o músico. Clayderman preparou para sua passagem por São Paulo um repertório que inclui músicas de filmes, como "Unchained Melody", de Alex North (tema de "Ghost - Do Outro Lado da Vida"). "Memory", que Andrew Lloyd Webber compôs para o famoso musical "Cats", e "Perhaps Love", hit de John Denver que fez sucesso na voz do tenor Plácido Domingo, também integram a lista. É um repertório que reflete uma alma romântica, pensado para casais apaixonados. "Acredito que muita gente continua à procura de um amor eterno, um amor sincero, uma história de amor e não só uma história de sexo." "Ballade pour Adeline" -que, diz a lenda, resultou em um boom de bebês franceses batizados com o nome Adeline nos anos 1970- é símbolo dessa devoção aos suspiros poéticos. "Não posso imaginar um show sem ela", diz o músico francês. Para não incomodar os vizinhos, inclusive com essa música, Clayderman conta que, em sua casa em Paris, prefere utilizar um piano eletrônico que permite regular o som. "Eu tento prestar atenção para não perturbar os vizinhos, porque eu gosto de tocar durante a noite." Sobre as críticas que rebaixam seu repertório e seu estilo a uma espécie de subcategoria das FMs, Clayderman alega: "O problema é que, frequentemente, jornais e revistas mandam críticos especialistas em música erudita aos meus concertos e, em geral, eles odeiam minha música e acabam assassinando minhas apresentações em seus textos. Isso é triste". A recusa à música de Clayderman resulta, não raro, em uma espécie de bullying cibernético. "Recentemente, espalhou-se pela internet a história de que eu havia me tornado membro da igreja Testemunhas de Jeová, o que de forma nenhuma é verdade. Não sou religioso", esclarece Clayderman. Com 150 milhões de discos vendidos em mais de 30 anos de carreira, o pianista contorna perguntas sobre quedas nas vendas. Mas ele reclama de uma desvalorização do disco "como objeto", provocada não apenas pelos downloads na internet. "Trinta anos atrás, os compradores consideravam o vinil uma espécie de joia. Havia muito respeito pela música e por álbuns. Hoje, você compra música, você ouve e você joga fora", argumenta o pianista. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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