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Crítica drama Produção uruguaia modesta declara amor às cinematecas RICARDO CALILCRÍTICO DA FOLHA Em meio a tantos falsos brilhantes em cartaz no Brasil, o uruguaio "La Vida Útil", de Federico Veiroj, surge como uma pequena joia cinematográfica. Um filme que é modesto na produção e rico em significados - portanto, o contrário da média oferecida atualmente nos cinemas. Filmado em preto e branco, com poucos diálogos e ritmo lento, "La Vida Útil" é um filme de aventura -mas trata-se de uma aventura intelectual, cinéfila. O protagonista é Jorge (interpretado pelo crítico de cinema Jorge Jellinek),um tipo solitário que dedicou 25 anos de sua vida à Cinemateca Uruguaia (onde o diretor do filme trabalhou, na chamada vida real). Quando a Cinemateca passa a correr risco de fechar por problemas financeiros, Jorge arrisca uma cartada para mudar de vida: convidar uma frequentadora da Cinemateca para sair. A trama é simples assim, mas comporta diversos registros. A princípio, "La Vida Útil" parece um filme de terror, no qual funcionários e espectadores da Cinemateca lembram fantasmas em uma casa mal-assombrada. Depois vêm ação, musical, romance. Por trás desse passeio por gêneros, há, claro, uma defesa da Cinemateca como guardiã da memória cinematográfica de um país. Mas o tom nunca é de lamúria: a vida continua, nos diz Veiroj, mesmo quando deixa de ser útil. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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