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Música crítica HIP-HOP Após dez anos, Planet Hemp volta à ativa com vigor intacto Turnê pelo país já tem 11 datas e inclui show no Lollapalooza Brasil em 2013 MARCO AURÉLIO CANÔNICODO RIO "Senhoras e senhores, a esquadrilha da fumaça está de volta." A saudação de Marcelo D2 foi a senha para acender o público que lotava o Circo Voador, no Rio, na madrugada do último sábado (29). Após uma ausência de quase dez anos, o Planet Hemp retornava aos palcos mostrando, em um show antológico, por que foi uma das pontas de lança do movimento que revigorou o rock e o rap nacionais nos anos 1990. O público estava sentindo falta. Não por acaso, o que foi planejado para ser uma única apresentação, em comemoração aos 30 anos do Circo, virou uma turnê completa que já tem 11 datas (em São Paulo, dia 14/11, com ingressos esgotados) e que se estenderá até 2013, com show no festival Lollapalooza Brasil. Reativado com sua formação mais famosa quase inteira -D2 e BNegão nos vocais, Rafael na guitarra, Formigão no baixo, Pedrinho na bateria (no lugar de Bacalhau)-, o PH fez no Rio uma apresentação como nos velhos tempos: explosiva, esfumaçada, empolgada e empolgante. A pausa de quase uma década permitiu ao repertório dos três discos um descanso revigorante: os sucessos mais rodados (como "Mantenha o Respeito" e "Dig Dig Dig") soaram renovados e poderosos, e foi bom lembrar pedradas esquecidas como "Adoled" e "Ex-quadrilha da Fumaça". Mesmo sem a forma física de seus 20 e poucos anos, D2 e BNegão mostraram animação e algum fôlego para sustentar os característicos vocais metralhados, principalmente nas canções mais "hardcore" -e foram várias, como "Futuro do País" e "Seus Amigos". A mistura de "rap, rock and roll, psicodelia, hardcore e ragga" causou a balbúrdia de sempre: rodas com jovens pulando e se trombando, muita gente se jogando do palco (inclusive D2), muita gente queimando tudo (inclusive D2). As letras -parte pró-maconha e antipolícia, parte denunciando mazelas sociais- foram cantadas em coro. Coube ainda a tradicional homenagem a um de seus companheiros de geração, Chico Science, com a versão pesada de "Samba Makossa", que a banda incorporou ao seu repertório. Se o quinteto mantiver, ao longo da turnê, a mesma empolgação demonstrada no Rio, o show certamente estará listado entre os melhores nacionais em 2012. Aos velhos fãs e aos jovens roqueiros, cabe aproveitar a volta do Planet Hemp: quem não a conheceu, agora pode ver para crer. Quem jamais a esqueceu, vai reconhecer.
PLANET HEMP |
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