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Caetano e Gil fazem show em tributo a Ulysses Guimarães Espetáculo fechado lembrou 20 anos da morte do político Em Brasília, Caetano declarou apoio a ACM Neto e Gil defendeu editais do Ministério da Cultura para negros LUCAS NOBILEENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA Após quase 18 anos, Caetano Veloso e Gilberto Gil voltaram a fazer um show que reunisse só os dois no palco. A apresentação, para 500 convidados, aconteceu anteontem, no teatro Ulysses Guimarães da universidade Unip de Brasília, lembrando os 20 anos da morte do ex-presidente nacional do PMDB. Em 1994, a dupla fez turnê aberta ao público, divulgando o disco "Tropicália 2". O título do espetáculo de anteontem, "Navegar É Preciso", fazia menção aos versos de Fernando Pessoa presentes na canção "Os Argonautas", de Caetano. Os versos foram símbolo do discurso feito por Ulysses Guimarães em 1973. Ícone da resistência democrática, o político era amigo do empresário João Carlos Di Genio, reitor da Unip. Embora o show fosse em homenagem a Ulysses, Caetano e Gil fizeram uma apresentação sem menções a política. Citaram brevemente o homenageado da noite só depois da 15ª música. Após o show, questionado sobre assuntos políticos, como o julgamento do mensalão, Caetano não quis se pronunciar. "Estou acompanhando à distância. As pessoas estão fazendo o trabalho delas. Prefiro não me intrometer", disse o cantor. Sobre as eleições para prefeito em Salvador, o compositor declarou sua preferência por ACM Neto. "Eu prefiro que ele ganhe. Logo eu, que passei a vida inteira me opondo ao avô dele." Antes da apresentação, Gil também falou sobre política, dizendo-se favorável ao projeto de editais voltados para negros e para a produção de cultura afrobrasileira, anunciado recentemente pelo Ministério da Cultura. "Eu sempre fui a favor de todas as cotas. Penso que, se aplicadas de forma criteriosa, são um instrumento para diminuir desequilíbrios muito drásticos", declarou o ex-ministro da Cultura (2003-2008) do governo Lula. REPERTÓRIO Caetano e Gil se alternaram em números solo, cantando 22 músicas, além de sucessos da carreira dos dois, como "Desde Que o Samba é Samba", "Sampa", "Refazenda", "Leãozinho", "Um Índio", "Domingo no Parque", "Expresso 2222" e "Esotérico", tocaram "Saudade da Bahia", de Dorival Caymmi. O jornalista LUCAS NOBILE viajou a convite da Unip Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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