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Crítica animação Com roteiro ágil, produção brasileira revive episódios da história do país ALEXANDRE AGABITI FERNANDEZCOLABORAÇÃO PARA A FOLHA Com estética de mangá e uma narrativa épica que percorre seis séculos, a animação brasileira "Uma História de Amor e Fúria", de Luiz Bolognesi, aborda vários episódios de lutas sociais da história do país a partir da perspectiva dos vencidos. Tudo começa em 1566, com o extermínio dos tupinambás pelos colonizadores portugueses. Um índio e sua companheira, Janaína, são os fios condutores da história, reaparecendo a cada episódio. A segunda parada recupera a Balaiada, revolta popular contra a miséria que eclodiu no Maranhão, sufocada pelo futuro Duque de Caxias. O protagonista ressurge na pele de Manuel Balaio, o principal líder do movimento. A resistência armada à ditadura militar, em 1968, é o momento seguinte, que mostra a dupla de personagens centrais como guerrilheiros.
O quarto episódio é certamente o mais controverso, ao apresentar o protagonista como um professor que dá aulas em uma favela e se envolve com o narcotráfico, em 1980. O último período relatado é um exercício de futurologia: em 2096, o Rio se transformou em uma cidade superprotegida, controlada por milícias particulares que têm ações na bolsa de valores. Escassa, a água se converte em bem preciosíssimo, sendo objeto de uma guerra entre a companhia estatal Aquabras e os guerrilheiros do movimento Água para Todos, no qual nossos heróis militam. Controvérsias à parte, o roteiro é ágil e os diálogos têm muitas vezes a densidade de um filme adulto. Mas o didatismo não esconde que o público alvo é o adolescente, para o qual também foi pensada a tórrida -e, no fundo, dispensável- história de amor entre os protagonistas.
UMA HISTÓRIA DE AMOR E FÚRIA |
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