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Peça "O And@nte" lança elogio à insanidade e ao poder da palavra Elias Andreato expressa em monólogo poético sua visão de mundo GABRIELA MELLÃOCOLABORAÇÃO PARA A FOLHA O ator e diretor Elias Andreato se intitula um catador de pensamentos. Alimenta-se de reflexões de artistas e filósofos como Manoel de Barros, Nietzsche e Shakespeare para expressar sua visão de mundo. Parte do material reunido serve de pilar para o solo "O And@nte". "O espetáculo nasceu da minha necessidade de falar o que penso sobre o mundo. É um depoimento pessoal", diz Andreato. No monólogo, o oitavo em sua trajetória, o ator interpreta um carroceiro que recicla palavras, ou seja, vive a representação poética de si mesmo. "Sou ladrão de frases, reciclante de livros (...). A arte só existe porque a vida não basta", diz em cena o artista, que assina a direção do espetáculo com André Acioli. O protagonista de "O And@nte" tem como inspiração personalidades que comprovaram o limite tênue existente entre loucura e sabedoria, como Bispo do Rosário e Estela do Patrocínio. Também nasce influenciado pelo comportamento de moradores de rua, indivíduos que, na visão do artista, de certa forma rejeitam a padronização da sociedade. O personagem arrasta um carrinho construído pelo próprio Andreato. Dele extrai um cachorrinho de pelúcia e outros objetos com os quais interage durante o espetáculo. Assim como a dramaturgia, todos os elementos da cena possuem as impressões digitais do ator e diretor. Até mesmo o figurino foi bordado pelo próprio artista, o que confirma o caráter pessoal da empreitada. Por meio de frases inspiradoras, repletas de poesia, como "Nasci louco porque quis grandeza, os normais tinham inveja de mim", Andreato faz no espetáculo seu elogio à insanidade e ao universo das palavras. "Hoje as pessoas querem ter dinheiro e ficar famosas. Quero estimular o conhecimento. Nós somos aquilo que vivemos e lemos", acredita. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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