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Crítica ação
Amizade é o melhor de drama policial que exagera no uso de pontos de vista
ALEXANDRE AGABITI FERNANDEZ COLABORAÇÃO PARA A FOLHADavid Ayer é um grande conhecedor do universo policial, como demonstrou como roteirista em "Dia de Treinamento" (2001) e diretor em "Os Reis da Rua" (2008).
Em "Marcados para Morrer", Ayer conta a história de Mike Zavala (Michael Peña) e Brian Taylor (Jake Gyllenhaal), dois policiais que combatem o crime nas ruas mais violentas de Los Angeles.
O filme celebra a amizade e a lealdade de ambos, a convicção com que realizam seu trabalho e também aspectos de suas vidas pessoais, construindo personagens espontâneos e simpáticos.
A história avança mostrando os detalhes do cotidiano da dupla em que cada caso funciona como um esquete.
Para dar mais veracidade, Ayer recorre à técnica do falso documentário, incorporando imagens das operações policiais captadas pelo próprio Taylor, além de cenas gravadas por câmeras de vigilância e por câmeras instaladas pela polícia nas viaturas.
Estas imagens cruas têm o ponto de vista dos policiais e têm o mérito de colocar o espectador no meio da ação.
Mas Ayer abusa do procedimento ao também dotar os criminosos de câmeras. Esta multiplicação de pontos de vista perturba o espectador, ampliando inutilmente a dramaticidade de certas cenas.
O resultado de toda essa agitação é um mero efeito estético, um realismo capenga, mas pouco verossímil. É um tiro que sai pela culatra.
A falta de verossimilhança também surge na situação que leva à cena final, quando os policiais ultrapassam a sua jurisdição, se metem a investigar um bando de traficantes e acabam tendo problemas.
O melhor do filme é mesmo a relação entre os dois policiais, a cumplicidade que os une, o respeito que têm por suas diferenças culturais.
Bem dosado, o humor é fundamental para estabelecer a química entre ambos.
MARCADOS PARA MORRER
DIRETOR David Ayer
PRODUÇÃO EUA, 2012
ONDE Kinoplex Vila Olímpia, Villa-Lobos Cinemark e circuito
CLASSIFICAÇÃO 14 anos
AVALIAÇÃO regular