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Artista também ganha mostra em Buenos Aires
SYLVIA COLOMBO DE BUENOS AIRES"Espero que o Brasil tenha melhorado. Infelizmente tive uma impressão muito hostil de São Paulo, me senti assustada o tempo todo. E achei um escândalo a diferença tão visível entre ricos e pobres", disse Tracey Emin à Folha na sacada do Museo Latinoamericano de Buenos Aires, onde realiza exposição.
Emin esteve na Argentina para inaugurar a mostra "How it Feels", que o museu recebe de hoje até 25 de fevereiro.
A exposição apresenta, num conjunto de pequenas salas sem cortinas ou portas, simultaneamente, cinco vídeos.
Produzidos entre 1995 e 2000, "Why I Never Became a Dancer", "How it Feels", "Homage to Edvard Munch and All My Dead Children", "Riding for a Fall" e "Love Is a Strange Thing" trazem Emin tratando de temas como sexo, aborto, questões de gênero e a vida em Margate, cidade onde cresceu, no litoral inglês.
Curada pelo canadense Phillip Larratt-Smith, a mostra é a primeira de Tracey Emin num museu latino-americano.
A artista se mostrou à vontade no meio da maior coleção de arte do continente. Elogiou a mexicana Frida Kahlo e disse "não entender" a disputa entre brasileiros e argentinos pelo "Abaporu", de Tarsila do Amaral. "Não é uma obra pela qual eu lutaria."
Caminhando pelo acervo, Emin afirmou que os paralelos mais interessantes entre a produção do continente não têm a ver com a nacionalidade.
"Não reparo se tal artista é brasileiro, uruguaio ou mexicano. As comparações mais relevantes são por temas, por gênero. As artes da América do Sul estão num momento muito vibrante", disse.