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'Há obras que viraram hoje itens da Oscar Freire'

Mercado tem efeito nocivo, diz Chiarelli

DE SÃO PAULO

Leia abaixo trechos da entrevista com Tadeu Chiarelli.

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Folha - O sr. acredita que acabaram os grandes movimentos na história da arte?
Tadeu Chiarelli - O que acabou foi uma certa narrativa do que era arte. É o fim de um relato, uma compreensão do que deveria ser arte; daí essa tensão e incerteza. Havia uma submissão da arte à história. Isso acabou, e essa foi uma contribuição dos artistas.

Como vê a produção atual?
Hoje fica mais difícil para a crítica determinar uma única linha, é mais visível uma pluralidade. É muito difícil forjar uma narrativa, já que não há mais uma única vertente. Todos os agrupamentos de artistas hoje são muito voláteis.
O que temos agora são formulações apontando para vários lugares. Daí a dificuldade da crítica em produzir critérios para a avaliação dessa arte. Cada produção elege os critérios que servirão para seu julgamento crítico.

A crítica de arte perdeu força?
Houve um certo confinamento do debate crítico para a universidade. A crítica deixou de interessar aos órgãos de comunicação e foi se afastando. Hoje, o crítico só é convidado para escrever em catálogos; então, se ele não gosta do artista, não vai aceitar escrever ou vai assumir certos discursos só porque precisa disso para viver.
Na universidade, mesmo com todos os problemas, pelo menos há um diálogo. A universidade está criando um espaço de resistência para o debate crítico. É um lugar menos confortável para o artista, já que não o abraça sem grandes questionamentos.

A força do mercado prejudica os discursos artísticos?
Há uma produção subserviente ao mercado. Surgiu um universo equivocado, de artistas produzindo obras desconectadas, seguindo ideias já superadas. Há obras que viraram espécies de itens da Oscar Freire da arte, tipo Prada ou Yves Saint-Laurent.

UM MODERNISMO QUE VEIO DEPOIS
AUTOR Tadeu Chiarelli
EDITORA Alameda
QUANTO R$ 69 (296 págs.)


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