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'TV não é arte', diz comediante do 'Pânico'

Eduardo Sterblitch, o Freddie Mercury do programa, estreia no cinema ao lado de Marcelo Adnet em "Os Penetras"

Dupla trabalhou por três meses no roteiro; deixar a televisão no futuro próximo não está nos planos

Eduardo Knapp/Folhapress
Os comediantes Marcelo Adnet (à esq.) e Eduardo Sterblitch em entrevista sobre o longa "Os Penetras", em São Paulo
Os comediantes Marcelo Adnet (à esq.) e Eduardo Sterblitch em entrevista sobre o longa "Os Penetras", em São Paulo
RODRIGO SALEM DE SÃO PAULO

Marcelo Adnet, 31, e Eduardo Sterblitch, 25, são dois dos bons comediantes da nova safra do humor brasileiro.

O primeiro trouxe visibilidade à MTV como a emissora não via há anos. O segundo é um dos principais destaques do "Pânico na Band", criador de personagens como Freddie Mercury Prateado.

A dupla agora está junta pela primeira vez no cinema na comédia "Os Penetras".

Aproveitando a estreia do filme em 30/11, a Folha pediu que Adnet e Sterblitch se entrevistassem. "Ah, entendi. Você quer que a gente faça seu trabalho", brinca Sterblitch.

Folha - Qual a ideia errada que as pessoas têm de vocês?
Eduardo Sterblitch - Elas esperam muito da gente. Ser divertido não é tão divertido.
Marcelo Adnet - Se a gente trabalha fazendo as pessoas rirem, a última coisa que a gente quer na nossa folga é fazer as pessoas rirem.

MA - Eduardo, você acha fácil fazer humor?
ES - É difícil. Um bom humorista precisa estar um passo à frente do público. Como sou jovem, ainda preciso trabalhar bastante. Nem me considero bom ator ou humorista. Sou um moleque com potencial, mas eu estou sempre cansado. TV é muito trabalho e pouco dinheiro. O "Pânico" tem pouco dinheiro, a MTV também...

MA - Como assim? A MTV tem dinheiro para cacete! [risos] Mas você não sente que seu trabalho precisa ser mais direcionado depois do sucesso?
ES - Em televisão, você tem limites, como os anunciantes. Se alguém pede para não fazer tal piada, não faço. Televisão não é arte. O que há são artistas trabalhando nela.
MA - O humor depende do público. Se você fala em Maceió que Recife fede, todo mundo aplaude. Se você fala mal da umbanda para freiras, elas vão... Bem, talvez não aplaudam.

ES - Falaria que Recife fede?
MA - Hmmm... Eu não acho engraçado, mas é coisa de humorista. As pessoas adoram falar mal do vizinho.

FOLHA - Não foi complicado fazer cinema?
ES - O [diretor] Andrucha [Waddington] falava que qualquer ideia nossa era legal, mesmo que cortasse.
MA - Teria sido difícil receber um texto definido, mas trabalhamos no roteiro por três meses. Mas eu não aguentaria essa rotina de cinema. Gosto de pensar que lutamos contra o status quo da TV. Podemos vencer essa ideia de que existe um jovem da classe C que ninguém sabe direito quem é e que precisamos agradá-lo porque ele compra muito e só gosta de bunda, bordão e anão.
ES - Você está falando mal de mim! Eu adoro anão! Mas concordo. O bom do "Pânico" é que tiramos sarro de nós mesmos e as pessoas gostam. Aprendi muita coisa lá...

MA - Como puxar o saco da pessoa certa? [risos]


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