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Festival chileno tem peças de Bartabas e do canadense Lepage
Festival Santiago a Mil completa 20 anos e espera público de 500 mil
Sophie Grenier/Divulgação | ||
"The Far Side of the Moon", do canadense Robert Lepage |
Com 20 anos de carreira nas costas, o festival Santiago a Mil tornou-se um dos mais importantes da América Latina, ao lado do Festival Ibero-Americano de Teatro de Bogotá. A diferença é que a mostra chilena é realizada anualmente -a colombiana, a cada dois anos.
A edição que se inicia hoje pretende repetir a estimativa de público do ano passado, de meio milhão de espectadores. Um crescimento vertiginoso em comparação com o primeiro Santiago a Mil, realizado em 1994, que reuniu 10 mil pessoas.
A expansão foi recrudescida a partir de um eixo curatorial que privilegiou "o cruzamento de linguagens" e espetáculos "onde as barreiras entre teatro e diversas disciplinas são cada vez mais difusas", diz Claudia Barattini, diretora de assuntos internacionais do evento.
A curadoria também tem dosado nomes consagrados -Pina Bausch, Christoph Marthaler, Bob Wilson, Peter Brook e Ariane Mnouchkine já passaram por lá- e artistas jovens e promissores.
Criada há cinco anos, a companhia brasileira Hiato, por exemplo, apresentará neste ano três montagens de seu breve repertório: "Cachorro Morto", "Ficção" e "O Jardim". O Brasil será representado também por "Romeu e Julieta", do grupo Galpão.
DANÇA COM CAVALOS
Com essa configuração, o Santiago a Mil tornou-se um campo de pesquisa interessante para curadores brasileiros. O Sesc, por exemplo, todo ano traz à São Paulo uma ou outra atração apresentada pelo festival, diz o coordenador da programação teatral da instituição, Sidnei Martins.
A programação do festival chileno, neste ano, inclui Bartabas, encenador francês que cria peças com cavalos em cena e que, na montagem "Le Centaure et L'Animal", faz parceria com o dançarino japonês Ko Murobushi.
Também será exibido um trabalho do canadense Robert Lepage, "The Far Side of the Moon". O espetáculo estreou no ano 2000 e tem como eixo narrativo a crise familiar de um homem e a corrida espacial dos anos 1960.
Desde 2011 o festival estabeleceu uma parceria com o Ministério de Cultura argentino, o que explica a profusão de espetáculos daquele país. "Queremos fomentar o diálogo entre artes chilenas e argentinas", diz Barattini.
Entre os espetáculos do cenário portenho, está "Hécuba o el Gineceo Caninno", de Emilio García Wehbi, artista habituado ao trânsito entre as artes visuais e o teatro.