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FINANÇAS
Criada por bancos, a novidade ganha espaço entre imóveis comerciais
Leilão para investidores é a nova aposta do mercado
DA REPORTAGEM LOCAL
Se os leilões extrajudiciais ainda
são motivo de muitas discussões
e polêmicas, uma outra forma
de venda pública está despontando como a "bola da vez" do mercado imobiliário: são os leilões
de imóveis para investidores.
A novidade teve início neste
ano, a partir de duas resoluções
do Banco Central (nš 2.283/96 e
nš 2.669/99) estipulando limites
regressivos de ativos imobilizados
(entre os quais está a propriedade
de imóveis) que os bancos poderiam ter em seu patrimônio.
Dessa forma, até 2000, os agentes financeiros poderiam ter 80%
do patrimônio líquido em ativos
permanentes, como os imobiliários. Essa quantidade caiu para
60% em junho deste ano e chegará a apenas 50% em 2003.
Consequentemente, os bancos
estão tendo de "se livrar" dos
imóveis em seu nome, sobretudo
as agências. Para atrair compradores, oferecem vantagens co-
mo garantia de locação de até
dez anos, descontos na compra à
vista e possibilidade de financiamento na aquisição a prazo.
Instituições como o Bradesco e
o Unibanco já realizaram leilões, e
outros bancos, como a CEF (Caixa Econômica Federal), estão iniciando as vendas para investidores. Só o Bradesco fez duas vendas
públicas num total de 70 agências,
em junho e em agosto, arrecadando R$ 172 milhões, com ágios de
33,28% e 42,23%. A Folha apurou
que o banco está se preparando
agora para uma nova oferta.
"Acabamos de publicar o primeiro de uma sequência de quatro editais até o fim do ano, quando teremos leiloado 680 agências
em todo o país", afirma o supe-
rintendente nacional de recursos
da CEF, José Odalgir Brizolin, 51.
O valor das vendas, nesse caso,
equivale a R$ 600 milhões.
Para poucos
O perfil desse tipo de investidores mostra que são pessoas com
alta disponibilidade de ativos, que
querem diversificar suas aplicações, muitos pensando em investir como previdência.
"Um cliente que tenha R$ 1,5
milhão para arrematar uma agência já é potencial investidor", define o vice-presidente de finanças
do BankBoston, Alex Zornig. Segundo ele, trata-se de um "investimento melhor do que o imóvel,
por oferecer inquilino de qualidade e renda garantida por anos".
"Já temos 66 das 67 agências
nesse esquema, e pensamos em
fazer o mesmo com a nossa sede,
na marginal Pinheiros, no valor
de R$ 310 milhões", revela Zornig.
O sucesso dos bancos despertou
a atenção de outras empresas do
mercado imobiliário. A imobiliária São Carlos, por exemplo, colocará em leilão 16 imóveis locados para as Lojas Americanas em 12 Estados brasileiros, numa operação de R$ 50 milhões.
"É um novo nicho de mercado e temos de aproveitar o momento, pois a procura de imóveis por investidores é grande", justifica o superintendente Rodolfo Mifano, 55. Além da locação garantida, haverá uma porcentagem de renda sobre as vendas da loja. (CA)
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