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CONDOMÍNIO
Terceirização atinge 20% de residenciais
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Se há quatro anos eram raros os residenciais que terceirizavam serviços, hoje pelo menos 1 em cada 5 condomínios já possui portaria, limpeza ou
segurança terceirizadas. É o que indica levantamento da
Aabic (associação das administradoras de condomínios).
"A terceirização em residenciais começou há cinco anos,
mas foi em 2001 que a tendência
avançou", afirma José Roberto
Graiche, presidente da Aabic.
Para o Sindeprestem, sindicato que representa as empresas
prestadoras de serviços, se
somados aos comerciais, já são
cerca de 40% os condomínios
com empregados terceirizados.
As maiores administradoras
de condomínios também confirmam o aumento da terceirização. "Os síndicos estão percebendo vantagens como a agilidade de substituição de empregados em casos de faltas", explica José Maria Bamonde, gerente
da divisão de logística da Lello.
Segundo o diretor de condomínios da Itambé, Luís Henrique Ramalho, atualmente já são cerca de 60% os condomínios
residenciais terceirizados da
empresa. Em 2000, eram 20%.
Ramalho alerta, porém, para o
perigo de contratação de empresas que não são idôneas.
No condomínio Parque Brasil, no Morumbi, a terceirização
deixou rastros negativos.
"A empresa de limpeza quebrou, e depois descobrimos que
ela não mantinha a situação dos
funcionários em dia", diz o ex-síndico Emílio Rabbat. Até hoje,
correm na Justiça processos responsabilizando o condomínio
pelos encargos trabalhistas.
Outro risco da terceirização é
a alta rotatividade dos empregados. "Há empresas que trocam
muito os funcionários, o que
não é desejável, principalmente
para a portaria", ressalta Hubert
Gebara, diretor da Hubert.
Foi o que aconteceu com
o condomínio Dianópolis 1,
na Móoca: "Descobrimos que
a empresa que contratamos
estava nos usando para trei-
nar empregados", reclama o
síndico Fausto Zupardo.
Custos
Devido a problemas como esses, especialistas recomendam
cuidado com propostas a preços muito atraentes. "Não se
deve confundir terceirização
com custo baixo", alerta
Newton Curti, diretor da prestadora de serviços Alphantares.
"A terceirização para nós sai
25% mais cara do que contratando os funcionários", exemplifica Eduardo Borklian, síndico do Le Quartier, em Perdizes.
Mesmo assim, ele diz estar satisfeito com os serviços. "A supervisão da empresa permite-me ficar tranquilo em relação aos funcionários", elogia o síndico.
(ALEXANDRE SAMMOGINI)
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