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PLANO DIRETOR EM DEBATE
Para preservar aquífero, moradores de cinco bairros travam duelo com o setor imobiliário
Santo Amaro "pede água" com criatividade
DA REPORTAGEM LOCAL
No distrito de Santo Amaro, os
problemas são muitos. Em bairros como Jardim Petrópolis e Jardim dos Estados, Chácara Flora,
Alto da Boa Vista e parte da Chácara Santo Antonio, a luta é para
manter o zoneamento estritamente residencial (Z1).
Os bairros estão situados sobre
um aquífero (reserva subterrânea
de água). Para Cristina Antunes,
54, diretora da Sajape Jardins Petrópolis e dos Estados, esse é um
bom argumento: "Não se trata de
olhar para o próprio umbigo, mas
de preservar água para todos".
Já para o diretor do Secovi-SP
(sindicato dos construtores)
Cláudio Bernardes, é uma questão de "democratizar o espaço".
Para ele, é preciso encontrar uma
solução inteligente. "Poderiam
deixar levantar uma torre no
meio da área verde preservada, ou
então desapropriar de uma vez."
Propostas e soluções
A Sajape já luta pela inclusão de
recomendação da Sehab (Secretaria Municipal da Habitação), dentro do projeto de lei municipal sobre vilas, de que pelo menos 30%
do solo seja mantido permeável.
Mas Johann Joerges, 64, presidente da Sociedade Amigos do
Alto da Boa Vista, denuncia que
os incorporadores, para fugirem
da responsabilidade de preservação do verde, "têm disfarçado a
devastação com vegetação rala".
Mônica Joseph, presidente interina da associação da Granja Julieta, afirma que a proposta para
o bairro é criar bolsões residenciais, fechando ruas ao trânsito
de passagem, que também incomoda os moradores da Chácara
Flora, revela o presidente da en-
tidade, Ricardo Neudinj, 51.
Já a professora Jacy Ghirotti, 52,
moradora do Alto da Boa Vista,
diz que "a vizinhança Z1 do comércio da rua São Benedito têm
virado estacionamento".
A queixa de Regina Monteiro,
do Movimento Defenda São Paulo, é quanto aos camelôs no largo
Treze de Maio. "O Plano Regional
tem de recuperar o eixo cultural
do centro de Santo Amaro."
Contra os problemas, as entidades apontam com novas idéias. A
Sajape, por exemplo, propõe parceria entre Polícia Militar e zeladores de rua, que formariam uma
cooperativa, com treinamento e
aparelhos radiotransmissores ligados diretamente com a PM.
A Sajape também organiza
caminhadas pelo bairro. Em muitas delas, a meta é recolher placas
irregulares em árvores e postes
para depois entregá-las à subprefeitura, responsável por lavrar as
multas pela propaganda ilegal.
(NATHALIA BARBOZA)
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