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VALOR DO PASSE
Destacar vantagens do bairro nas ofertas de transportes e de infra-estrutura facilita a venda do imóvel
Localização vence resistência à compra
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Quem pretende vender a casa
vê o estádio como um impedimento. Mas, para driblar empecilhos como a falta de sossego, vale
destacar o lado bom do entorno.
Uma tática recomendada é mostrar as qualidades do bairro.
"O meu é um ponto de referência", afirma Luciana Herszkowicz, 21, relações-públicas, que
mora perto do Pacaembu. "É perto de tudo -da marginal [Tietê],
da [av.] Paulista, dos Jardins, do
meu trabalho, em Perdizes, e da
faculdade [ela estuda na Faap].
Consigo fazer várias coisas a pé."
Em um prédio a poucas quadras
do Morumbi, a publicitária Suzana Barros, 34, diz que não quer
sair da região. "É um lugar cal-
mo e, ao mesmo tempo, tem comércio por perto", especifica.
"Dias de jogos não me incomodam profundamente", conclui.
"O custo-benefício do Morumbi é maior que o de Moema ou
do Campo Belo", diz Lineu Mattoso, gerente da Camargo Dias. "É
uma região com muitas áreas verdes e bem servida de escolas."
Além disso, ressalta Mattoso,
a desvalorização praticamente
não afeta "os imóveis que têm vista do estádio, mas alternativas de
acesso fácil por outras ruas".
Despreocupado com o valor de
sua casa, o músico André Christovam, 46, que mora em uma pequena vila a 30 metros do Parque
Antarctica, aprova a vizinhança.
"O bairro é fantástico", avalia. "O
único problema é o estádio, sobretudo pela segurança."
Outra maneira de valorizar o
imóvel é reformá-lo. "Isso o torna
atrativo", pondera Miguel Giacummo, gerente da Binswanger
Brasil. "Na região do Pacaembu,
há várias casas sendo reformadas
e modernizadas."
Compra
Se, para quem vende o imóvel, a
proximidade dos campos é um
transtorno, os compradores vêem
essa localização como uma boa
oportunidade de negócio.
"É uma vantagem para os que
pretendem pagar menos ou
querem uma área maior, mas têm
limitação de capital", acrescenta
Sérgio Vieira, vice-presidente da
imobiliária Coelho da Fonseca.
Também há os que escolhem
onde vão morar em função da
"casa" de seu time. É o caso do comerciante aposentado Nicolau
Mancini Filho, 57. Palmeirense,
ele conta que comprou um imóvel ao lado do Parque Antarctica
como "presente de grego" para a
mulher, corintiana, logo depois
de se casarem, há 33 anos.
Ambos freqüentam o clube do
Palmeiras e têm um papagaio que
grita "gol", além de dois periquitos que assoviam o hino do clube.
Mancini não vai ao estádio -devido à "violência das torcidas organizadas", passou a acompanhar
os jogos pela televisão-, mas sua
garagem abriga carros de ex-jogadores ilustres, como o centroavante César "Maluco", artilheiro
da "Academia" -esquadrão alviverde da década de 70.
O designer gráfico Márcio Villar, 27, também gosta de morar
perto dos gramados. Ele vive com
os pais em uma casa a dois quarteirões do estádio do Morumbi.
Da sacada, ele vê parte da arquibancada e conta que vai a pé aos
jogos. Mas ressalta que já testemunhou brigas de torcidas, "com
tiros para o alto", na rua de baixo.
"Quando estou fora, tenho de
me programar para chegar durante o jogo ou no mínimo uma
hora depois, devido ao trânsito",
relata. Uma saída, afirma, é buscar atalhos por dentro do bairro.
(EDSON VALENTE)
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