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TECNOLOGIA
Selo da Associação Brasileira de Automação Residencial disciplinará o mercado; já há sete pedidos em estudo
Ficção vira realidade em novos prédios
Fernando Moraes/Folha Imagem
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O médico Carlos Carelli planeja conversar com os filhos via circuito fechado de TV, que equipará seu imóvel |
RENATA DE GÁSPARI VALDEJÃO
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Quem já assistiu ao desenho
"Os Jetsons", com a família que
vive em um arranha-céu futurista,
deve se lembrar do telecomunicador que George Jetson usava para
falar com seu chefe. O médico
Carlos Carelli, 37, está prestes a
ver a cena se tornar realidade.
Ele comprou, na planta, um
apartamento no edifício Image,
empreendimento no Real Parque
(zona oeste de São Paulo) que será
entregue, em 30 meses, com toda
a infra-estrutura necessária para
que o imóvel seja "high-tech".
Já estarão instalados, em todos
os cômodos, pontos multiuso (de
áudio, vídeo, telefone e internet)
com seus respectivos cabeamentos, acesso à internet em banda
larga e câmeras para o circuito fechado de TV (CFTV). Carelli pretende usar o CFTV para se comunicar com a mulher e os filhos (de dois e quatro anos). Eles poderão interagir mais, justifica.
Um só toque
As possibilidades que o cabeamento estruturado (como é chamada a infra-estrutura responsável pela integração de tecnologias) oferece, no entanto, vão
muito mais longe.
É possível controlar a iluminação, a climatização e a temperatura da água com um simples toque. Com centrais telefônicas incorporadas ao sistema, o morador ganha ramais sem fio dentro de casa. Eletrodomésticos podem ser acionados por celular
ou por computador, via internet.
No "home theater", um só aparelho de DVD transmite imagem
e som para monitores espalhados
pela casa. É possível criar uma rede doméstica de computadores,
conectar-se à intranet do condomínio e até abrir arquivos pessoais no "home office" do prédio.
A partir deste ano, muitos lançamentos já sairão, "de linha",
com o cabeamento estruturado. A
aquisição dos equipamentos, é
claro, fica por conta do proprietário. Em certos casos, a construtora oferece alguns itens instalados,
como no Image. Em outros, pode
entregá-lo com toda a tecnologia.
Mas aí o preço sobe. Em princípio, a automação deve encarecer
de 1% a 6% o preço dos imóveis,
avalia o engenheiro Roberto Luigi
Bettoni, 47, que desenvolve projetos de sistemas de automação predial. "Depende de quanta infraestrutura a construtora está disposta a entregar pronta", explica.
A construtora Davilar criou um
pacote de itens que inclui tubulação para aspiração de pó central,
acesso à internet sem fio e programação de luz, de som no ambiente e da temperatura da água.
Segundo Sergio Foz D’avila, 33,
diretor da construtora, o Gávea,
também no Real Parque, já contempla o pacote. "Hoje, a maioria
dos imóveis contemplados é mais
luxuosa. Mas, com o tempo, a automação vai virar um padrão."
Selo
Com tantas possibilidades, a automação residencial vem despertando a curiosidade de consumidores, construtoras e profissionais da área. Por esse motivo, a
Aureside (Associação Brasileira
de Automação Residencial) lançou um selo que deverá disciplinar o mercado e incentivar a criação de iniciativas inovadoras.
José Roberto Muratori, 49, presidente da associação, diz que já
há sete empreendimentos com o
pedido em tramitação e outros
três entrando com a solicitação.
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