|
Índice
HORIZONTAIS
Em 2002 e 2003 surgiram 18 condomínios de casas de alto padrão; mais sete
estão previstos para 2004
Mercado sobe no Alto da Boa Vista
Fernando Moraes/Folha Imagem
|
Crianças brincam em rua do Alto da Boa Vista, bairro residencial que fica na zona sul de São Paulo |
EDSON VALENTE
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Depois de um ano nulo em 1999
e de discretos desempenhos em
2000 e 2001, biênio em que os lançamentos somaram sete empreendimentos, o bairro do Alto
da Boa Vista (zona sul de São Paulo) viveu um "boom" de condomínios de casas em 2002 e 2003
-surgiram 18 condomínios, com
unidades de mais de R$ 1 milhão.
As de quatro dormitórios foram
maioria: 16 (xx%), totalizando 135
casas (veja tabelas nesta página).
Números da consultoria Amaral
d'Avila Engenharia de Avaliações
mostram que o preço médio desse tipo de lançamento saltou de
R$ 1.505,01, em 2000, para R$
3.246,79, em 2003, mais valorizado que os de três (R$ 2.222,22) e
os de cinco quartos (R$ 2.600).
"Grande parte dos terrenos já se
foi, mesmo porque o bairro foi o
precursor na construção de vilas",
aponta João Freire d'Avila Neto,
46, diretor-técnico da Amaral
d'Avila. Mesmo assim, os dados
da consultoria mostram que mais
sete condomínios horizontais devem ainda ser lançados em 2004.
"Hoje, o Alto da Boa Vista é um
dos únicos bolsões da antiga Z1,
zona exclusivamente residencial,
de alto padrão", analisa Cyro
Naufel Filho, 38, diretor da Naufel
Incorporações e Participações. "A
região está muito valorizada."
Ele enumera algumas vantagens
de se morar ali. "É um bairro extremamente arborizado, com
acesso e localização privilegiada,
próximo das avenidas Washington Luís e Vicente Rao e a poucos
minutos da Eng. Luiz Carlos Berrini e da Chácara Santo Antônio."
Essa proximidade de importantes núcleos de negócio da cidade,
caso da Berrini, contribuiu para o
aumento da oferta e da demanda
imobiliária no local. "Muitos diretores das multinacionais que operam na [rua] Alexandre Dumas e
na Verbo Divino têm comprado
imóveis", afirma Ana de Vasconcellos, 35, gerente de empreendimentos da incorporadora Anfab.
"Buscam a tranqüilidade de poder andar pelas ruas de bicicleta
ou com carrinhos de bebê e a segurança dos condomínios fechados", diz. "E é um mercado que
congrega também muitos estrangeiros, atraídos pelas escolas voltadas para esse perfil que existem
no bairro", lembra Thomaz Scott,
59, diretor de lançamentos da
imobiliária Bamberg, que vende,
hoje, unidades de oito condomínios no Alto da Boa Vista.
Críticas
Mas nem toda análise é positiva.
"A velocidade de vendas está boa,
mas abaixo do que poderia alcançar", avalia Scott. Os preços dos
terrenos também incomodam os
incorporadores. "Há lotes muito
grandes, de casas antigas que medem 3.000 m2, em que é possível
construir uma vila com oito casas.
Mas os valores desses terrenos estão altos", pondera Rodrigo Luna,
33, diretor da incorporadora e
construtora Plano & Plano.
"Uma das grandes dificuldades
ali, hoje, é encontrar espaço bem
localizado e economicamente viável", corrobora Alexandre Fernandes, 28, diretor da incorporadora Draxer Investimentos. "Já há
saturação de oferta", conclui.
Moradores mais antigos reclamam da proliferação dos condomínios horizontais. "Estão sacrificando áreas verdes", sentencia Johann Joerges, 66, presidente da
Sociedade Amigos do Bairro do
Alto da Boa Vista. "Constroem as
casas muito perto umas das outras, sem iluminação suficiente e
com pouco espaço para arborização. E são sofisticadas e caras,
com condomínios altíssimos."
Índice
|