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TENDÊNCIA
Chegam ao mercado ex-comerciais que, depois de uma super-reforma, viraram residenciais
Retrofit desembarca na capital
DA REPORTAGEM LOCAL
Retrofit (espécie de super-reforma, na qual o interior e o exterior de um empreendimento é todo modificado para atender a um
novo público) é a palavra da moda no mercado imobiliário. Conceito utilizado desde a década de
70 no exterior, chega a São Paulo
com força total e assinado por algumas das grifes da arquitetura.
Programado para ser lançado
no próximo dia 29, o Edifício Panorama, na Vila Nova Conceição
(zona oeste), é um dos exemplos.
Com vista para o parque Ibirapuera, o que antes eram escritórios hoje são lofts de 300 m2 e de
450 m2 de alto padrão do arquiteto Isay Weinfeld, 50. Ele incluiu,
no Panorama, itens de tecnologia
de ponta (ar-condicionado central na área íntima) e de alto padrão (cozinha tipo ilha e lareiras
na sala de estar e na suíte master).
Mas, no final, são os números
que devem convencer os proprietários, já que o objetivo maior é
tornar o imóvel mais rentável. "Só
vale a pena investir no retrofit se o
imóvel inadequado estiver no lugar certo", analisa Alberto Horn,
41, diretor de desenvolvimento
imobiliário da construtora Método Engenharia. Isso porque a nova roupagem do prédio envolve
sempre uma obra onerosa.
"Desistimos de recuperar um
prédio na avenida Paulista, cuja
área construída era até 15% maior
do que a que poderíamos fazer
com um prédio novo [em função
da nova Lei de Zoneamento", por
conta do orçamento proibitivo",
exemplifica Alexandre Abreu
Pereira, 27, diretor da construto-
ra e incorporadora Serplan.
"Mais do que bonito, o projeto
tem de ser eficiente. É mais difícil
de fazer do que uma obra que parte do zero, pois é preciso driblar as
limitações físicas da estrutura antiga e, como toda reforma, é uma
caixinha de surpresas", pondera a
arquiteta Heloisa Dabus, responsável por três retrofits comerciais.
A vantagem, diz Gonzalo Fernandez, 37, diretor da imobiliária
Fernandez Mera, "é que, enquanto um edifício novo demora de
dois a três anos para ficar pronto,
o retrofit reduz a entrega a meses". Responsável pela venda do
Concepto Uno (construtora Sobloco) e do Vivere (Zely Saade),
ambos na zona sul, ele conta que
os dois tinham de 15 a 20 anos de
uso: eram, respectivamente, flat e
hotel. Ambos manterão a oferta
de serviços (arrumação e lavanderia), típica desses produtos.
Segundo Zely Saade, 58, presidente da construtora que leva o
seu nome, "em um ano de obras,
o Vivere perdeu paredes; os banheiros foram ampliados; o hall, o
térreo e as áreas comuns, que estão sendo entregues decoradas,
foram remodeladas; e foram criados novos espaços, como o
gourmet e a sala
de ginástica".
Já o Concepto
Uno mudou
tanto que a Sobloco foi capaz
de criar mais 14
apartamentos,
conta Luiz Augusto de Almeida, 42, diretor.
No Varietá, a
construtora Setin não teve esse problema. Em
2002, resolveu transformar o flat
de sete anos que estava em sua
carteira num residencial. "A favor
da mudança estavam as plantas
das 60 unidades -de 54 m2 a 130
m2 de área útil", afirma Arnaldo
Frattini, 38, gerente de marketing.
O prédio perdeu a cara de hotel
e alcançou um bom preço. Segundo ele, o metro quadrado de imóveis próximos a ele ficava entre R$
2.400 (novo) e R$ 1.800 (usado),
sendo que o do Varietá ficou em R$ 2.000.(NATHALIA BARBOZA)
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