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ZONA SUL
Região foi a que mais cresceu na cidade
Número de lançamentos subiu 43% em 5 anos
ELENITA FOGAÇA
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Da represa Guarapiranga ao
distrito do Ipiranga, do Capão
Redondo a Moema, a zona sul
de São Paulo é a mais extensa
da cidade. E também a de explosão imobiliária mais evidente.
De acordo com pesquisa realizada pelo Datafolha, de 1999
a 2003 a região concentrou 39%
do total de lançamentos de imóveis da capital paulista. Com isso,
elevou em 60% a oferta de unidades e em 43% a de prédios.
Para o consultor Sandro Marcondes Pincherle, 52, da SMP
Marketing, que há 18 anos estuda
o mercado imobiliário, o fenômeno se dá pelo deslocamento do
centro econômico da cidade.
"As empresas foram para a zona
sul, e as pessoas preferem morar
perto do trabalho", pondera. Segundo ele, a localização de empresas nas avenidas Luís Carlos Berrini e Faria Lima fez com que bairros das proximidades se tornassem novos eixos do mercado.
Contrastes
A extensão da zona sul é proporcional aos contrastes social e
econômico de seus distritos.
As áreas nobres concentram mais
lançamentos. Do total de empreendimentos lançados nos últimos cinco anos na região, 1,65%
está no Campo Limpo, percentual
muito menor que o de Moema,
a vedete do mercado imobiliário,
que concentra 15,5% das unidades.
"Em função da falta de uma
política habitacional para a população de baixa renda e da escassez
de financiamentos para a classe
média, os construtores investiram
na demanda de quem podia comprar à vista ou pagar direto à
construtora", avalia Cláudio Bernardes, presidente em exercício
do Secovi (sindicato das administradoras e construtoras).
Com produtos direcionados à
elite, as incorporadoras elevaram
o padrão dos apartamentos da
região. Como resultado, preço
e área útil aumentaram 5%, em
média. "O mercado teve de adaptar seus produtos ao consumidor
de classe média e média alta que
está na região", comenta o consultor Cícero Yagi, 49, da Clade
Consultoria Empresarial.
Yagi destaca ainda que a zona
sul possui imediações que dão
mais status mercadológico para o
setor. "O Morumbi é um exemplo
de distrito que valoriza os arredores", diz. Isso, na opinião dele, explica o fenômeno da Vila Andrade, que está entre os endereços
que mais lançaram imóveis na zona sul (15,08% do total).
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