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PLANO DIRETOR EM DEBATE
Moradores pedem mais zonas exclusivamente residenciais e melhorias para o tráfego
Saúde põe em xeque comércio, trânsito e torres residenciais
DA REPORTAGEM LOCAL E
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Um oásis em meio ao deserto.
É dessa forma que moradores do
distrito da Saúde (zona sul) vêem
a região. E querem conservá-la assim: para os planos regionais, a
ordem é pôr em xeque as zonas
não-residenciais, o trânsito e a
verticalização crescentes.
Com a esperada aprovação na
Câmara do Plano Diretor, sancionado no último dia 13 pela prefeita Marta Suplicy (PT), associações
de moradores começam a se movimentar para os debates dos planos locais. As diretrizes traçadas
pelo documento devem ser agora
detalhadas por meio de discussões nas subprefeituras, a serem
concluídas em abril de 2003.
No distrito da Saúde, onde estão
bairros como Bosque da Saúde,
Mirandópolis e Planalto Paulista,
uma das propostas mais polêmicas refere-se à transformação de
parte do bairro Mirandópolis de
Z18 (zona de transição) em ZER
(zona exclusivamente residencial). "A intenção é restringir o comércio e a verticalização", justifica Edson da Silva, 30, da Sociedade Defenda Mirandópolis.
Outra reclamação fica por conta
da intensificação do tráfego. Ruas
residenciais estariam se tornando
vias de passagem mesmo sem suportar um grande fluxo. "Há muitas pessoas idosas, e sua segurança fica comprometida. Vamos rever a forma como o tráfego acontece atualmente", explica Silva.
A limpeza da região também foi
lembrada. O projeto Ecoponto vai
propor a definição de um único
local para o depósito de entulhos.
"Queremos ainda implantar a coleta seletiva", diz Francisco Rodrigues, 46, morador do distrito.
A Sapp (Sociedade Amigos do
Planalto Paulista) também se envolve na reurbanização. Sua grande preocupação é o zoneamento.
"Fizemos uma pesquisa entre os
moradores, e 84% deles querem a
predominância de ZER", declara
Christina Carneiro, 53, presidente
da Sapp. "Vamos lutar contra a
proposta de mudança de um trecho para zona mista."
José Romeu Ferraz Neto, 44, vice-presidente do Sinduscon-SP
(sindicato das construtoras), diz
não acreditar que adequações do
zoneamento provocarão grandes
mudanças para o setor. "Devem
ser adensadas as áreas com infra-estrutura para tanto", defende.
(CÁSSIO AOQUI E EDSON VALENTE)
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