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FINANCIAMENTO
Chance de ser sorteado nos primeiros meses é de 11%; sugestões vão de poupança e fundos a título público
Opções abreviam espera dos consórcios
DA REPORTAGEM LOCAL
"Tem consorciado que, mesmo
dando lance de 50% do valor da
carta de crédito, perde a disputa
para outro que dá mais", admite
Tufic Cohen, diretor do consórcio
Panamericano. Isso confirma a
dificuldade de o candidato avaliar
se estará fazendo um bom negócio, na comparação com outras
formas de financiamento.
O matemático José Dutra Vieira
Sobrinho confirma que o cotista
de um grupo de 120 meses, por
exemplo, tem só 11% de chance de
ser sorteado nos primeiros 35 meses. Se for possível dar um lance, o
índice sobe para 20% -mas terá
de oferecer mais de 40% para vencer a disputa por lance livre.
"O consórcio é bom para quem
não paga aluguel", diz o economista Mauro Halfeld, professor
de finanças da Universidade
Federal do Paraná, que reclama
da cobrança antecipada da taxa
de administração quando se dá
um lance -não há descontos.
A análise de um compromisso
tão longo não é fácil. O confronto
entre o consórcio e o financiamento bancário deve ser visto com reservas.
"A comparação das parcelas ou
dos totais é simplista e dá vitória
invariavelmente ao consórcio",
adverte Vieira Sobrinho.
"Hoje, com a TR baixinha, vale
a pena financiar. Mas é um cheque em branco, pois o governo
pode aumentá-la a qualquer hora", alerta Halfeld. Se isso não
acontecer, mesmo que corrigidas
uma vez ao ano, as cotas do consórcio tendem a subir mais que as
prestações de financiamentos.
É que o INCC (Índice Nacional
de Preços da Construção Civil),
que reajusta o consórcio, tem subido mais que a TR (Taxa Referencial), dos financiamentos bancários. "Nesse caso, a vantagem
para o financiamento pode ser até
maior", pondera o matemático.
Poupança, FIF, títulos
Dutra Sobrinho sugere então
um misto de caderneta de poupança e de financiamento bancário: deposita-se mensalmente o
equivalente à parcela do consórcio para, depois, usar a poupança
como sinal, reduzindo o valor a
ser financiado. "Mas há pessoas
que precisam da disciplina do boleto do consórcio para poupar."
No entanto, Halfeld pondera
que a caderneta de poupança vem
perdendo da inflação e que pode
demorar para se recuperar.
Ele sugere, então, a aplicação
em um fundo de renda fixa, que
tem remunerado as cotas em
0,5% ao mês acima da inflação
(INCC), ou a compra de títulos
públicos do Tesouro, "que dão
o IGP-M mais 10% ao ano".
(NB)
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